domingo, 22 de junho de 2014

ERMESINDE OU O LADO NEGRO DA POLÍTICA PARTIDÁRIA



Não tenho nenhum preconceito elitista para com as populações de Ermesinde, mas é conhecido que quando se pretende ilustrar os desmandos do mau urbanismo, Ermesinde é uma “pérola” do que é uma péssima periferia metropolitana.
Quis o destino que a Comissão Nacional do PS se tenha reunido no Centro Cultural local, que aliás representa bem um equipamento de contratendência a desmandos tão pronunciados, para discutir a questão Congresso Extraordinário – primárias no PS.
Vejo com preocupação que António Costa se tenha deixado enredar nestas aparelhices que, está nos livros da experiência política, geram sempre boçalidades que, ou é impossível controlar ou é fácil estimular, produzindo imagens inequívocas do lado negro do aparelhismo e do lúmpen partidários, que espelham a pequena política, os dramas de quem se sente ameaçado na captura de alguns interesses estritamente locais. A saída do Conselho Nacional de hoje tem disso tudo, vaias, insultos, pequenas revoltas, enfim o lado negro do que também faz parte do basismo partidário.
Como é óbvio, António José Seguro, Eurico Brilhante Dias e outros insignes potenciais homens de Estado estão naturalmente longe destas coisas e com elas não se identificam, mas o trabalho sujo alguém o faz e por vezes vai por si, tão descontrolado quanto o baste.
A pose de estado de António José Seguro, clamando pela focagem do debate nas questões centrais do país, é de rir à gargalhada sobretudo conhecendo o teor da sua resposta dilatória.
Amanhã estarei na Árvore para um almoço com cerca de 30 pessoas e António Costa, algo misterioso por desconhecer os seus contornos. Mas nestas ocasiões, não devendo nada a ninguém e muito menos ao partido, costumo não ter papas na língua e sobretudo mostrar que gosto de discutir a partir do Porto estas questões nacionais. Se for para glosar o choradinho do Norte, serôdio, limitado e gasto como as nossas ruas sem manutenção, provavelmente nem chegarei à sobremesa.

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