Não tenho nenhum preconceito elitista para com as
populações de Ermesinde, mas é conhecido que quando se pretende ilustrar os
desmandos do mau urbanismo, Ermesinde é uma “pérola” do que é uma péssima
periferia metropolitana.
Quis o destino que a Comissão Nacional do PS se
tenha reunido no Centro Cultural local, que aliás representa bem um equipamento
de contratendência a desmandos tão pronunciados, para discutir a questão
Congresso Extraordinário – primárias no PS.
Vejo com preocupação que António Costa se tenha
deixado enredar nestas aparelhices que, está nos livros da experiência política,
geram sempre boçalidades que, ou é impossível controlar ou é fácil estimular,
produzindo imagens inequívocas do lado negro do aparelhismo e do lúmpen partidários,
que espelham a pequena política, os dramas de quem se sente ameaçado na captura
de alguns interesses estritamente locais. A saída do Conselho Nacional de hoje
tem disso tudo, vaias, insultos, pequenas revoltas, enfim o lado negro do que
também faz parte do basismo partidário.
Como é óbvio, António José Seguro, Eurico
Brilhante Dias e outros insignes potenciais homens de Estado estão naturalmente
longe destas coisas e com elas não se identificam, mas o trabalho sujo alguém o
faz e por vezes vai por si, tão descontrolado quanto o baste.
A pose de estado de António José Seguro, clamando
pela focagem do debate nas questões centrais do país, é de rir à gargalhada sobretudo
conhecendo o teor da sua resposta dilatória.
Amanhã estarei na Árvore para um almoço com cerca
de 30 pessoas e António Costa, algo misterioso por desconhecer os seus
contornos. Mas nestas ocasiões, não devendo nada a ninguém e muito menos ao
partido, costumo não ter papas na língua e sobretudo mostrar que gosto de
discutir a partir do Porto estas questões nacionais. Se for para glosar o choradinho
do Norte, serôdio, limitado e gasto como as nossas ruas sem manutenção,
provavelmente nem chegarei à sobremesa.
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