Qualquer político que se preze encontra nos comentadores
políticos uma razão de vitimização, proclamando aos quatro ventos a existência de
juízos de intenção, ataques de caráter, perseguição sistemática e outros
desmandos de opinião.
Também António José Seguro encontrou neste filme um papel
a desempenhar, mesmo que não controle o guião.
Na Sábado de 5 de junho, José Pacheco Pereira, do fundo
da sua coerência, arruma com a questão, sob o subtítulo de “A caótica resposta
de Seguro”. Apenas um excerto:
“(…) Para
quem não está convencido da enorme fragilidade política de Seguro, a maneira
como tem respondido ao repto de António Costa mostra tudo o que é mau na sua actuação:
calculismo (embora errado nos cálculos), insegurança, colado com cola-tudo aos
pequenos poderes, respostas caóticas e mal pensadas, contradições de um dia
para o outro, mistura de agressividade com incompetência, propostas entre a
demagogia (para tentar conquistar a opinião pública tarde e a más horas, como a
limitação do número de deputados) e a impreparação completa. O único traço
comum de todas estas propostas é manter Seguro no poder e dificultar a vida a
Costa ou a outro candidato, protelando tempos e prazos para um futuro
indefinido.”
Não vejo aqui nem perseguição, nem intenções
ocultas, nem ataques de caráter. Pura análise política.
Em conformidade com a matéria, vai ser uma
maravilha assistir aos desenvolvimentos em cada federação do PS face aos
pronunciamentos futuros necessários que a clarificação interna vai exigir. Não é
preciso ser adivinho, nem comentador perspicaz de primeira para compreender que
o PS Porto vai produzir material entusiasmante. Pela razão simples que será
talvez a Federação em que mais gente salivava já o poder, dado o seu apoio a
Seguro. Hoje, por exemplo, pelas notícias vindas a público, José Luís Carneiro conseguiu
descortinar uma percentagem de apoio (creio que 60%) de apoio a Seguro sem
ter-se registado uma votação nesse sentido. Qual mago e adivinho supremo, JLC
conseguiu perscrutar o insondável e sossegou o seu amigo AJS.
O programa segue dentro de momentos, talvez
longos e atribulados momentos.
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