segunda-feira, 2 de junho de 2014

MAIS QUE UMA DISPUTA ENTRE ANTÓNIOS?

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Hoje à noite, em entrevista à TVI, vai António Costa começar a dizer mais detalhadamente ao que vem e o que de menos visível o distingue de Seguro? Porque, como sugeria José Pacheco Pereira na última “Quadratura do Círculo”, é sem dúvida urgente “dar conteúdo à divergência” e a candidatura dele só tem sentido “se nascer de um discurso para o País”.

Na dimensão político-económica, importará sobremaneira integrar em qualquer discurso programático o peso efetivo das restrições provenientes do chamado Pacto Orçamental, as limitações decorrentes do escasso estado de vitalidade da ”internacional socialista” à escala europeia, o significado possível de um relançamento dos ideais social-democratas no difícil contexto de uma economia de mercado financiarizada e de uma globalização agressiva e a avaliação lúcida e realista da margem de manobra disponível à atuação dos responsáveis portugueses em tal quadro.

Na dimensão política nacional em sentido estrito, importará ainda deixar claras questões tão decisivas como a precisão do que quererá e poderá o PS mudar e com que protagonistas, de quais as “linhas vermelhas e amarelas” que pautarão uma sua presença ativa no próximo futuro da sociedade portuguesa, de qual o seu grau de disponibilidade e condicionalidade para alianças com outros partidos e de como enfrentará o PS o bloqueio à sua esquerda do ponto de vista da governação.

Gosto pouco de lugares comuns, mas sempre direi que Portugal precisa deste debate. Com um responsável sentido de urgência e o contributo competente dos seus melhores, a elevação que o seu povo ainda valoriza e uma capacidade de mobilização genuína por parte dos candidatos à sua liderança. Um desafio ao nosso alcance?

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