Estes dois gráficos, reproduzidos pelo Financial Times on line em mais um artigo sobre
o horizonte deflacionário em que a Europa está mergulhada, sintetizam bem o péssimo
legado que esta Comissão Europeia e as restantes instituições comunitárias nos
deixam em fase de mudança de testemunho. Numa palavra, sinais cada vez mais
evidentes que a deflação anda por aí e ausência de evidências robustas quanto à
recuperação global do desemprego.
Foi perante esta trajetória que algumas almas penadas
e incompetentes como a do pérfido Ohli Rehn e a do reverente à Voz do dono
Barroso se insurgiram contra a tradição de debate dos economistas americanos
que ousaram estimular os seus colegas europeus que a situação ia perigosamente
nua. Invocaram então que o debate perturbava a estabilidade dos mercados na
Europa, uma espécie de atentado à inteligência mediana de qualquer europeu
farto desta canga.
Quem vive muito dá para acompanhar os efeitos das
conjunturas longas sobre a macroeconomia. Da conhecida estagflação, inflação
com desemprego, que nos fez queimar algumas pestanas já há longo tempo, estamos
agora com riscos de deflação e desemprego pouco propenso a descidas acentuadas,
no já famoso “zero lower bound” de
taxas de juro. As ideias estão vivas, o debate nunca acaba, exceto para estas múmias
paralíticas cuja agenda corre o risco de destruir uma réstia de esperança que
seja para a construção europeia.
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