terça-feira, 3 de junho de 2014

O LEGADO



Estes dois gráficos, reproduzidos pelo Financial Times on line em mais um artigo sobre o horizonte deflacionário em que a Europa está mergulhada, sintetizam bem o péssimo legado que esta Comissão Europeia e as restantes instituições comunitárias nos deixam em fase de mudança de testemunho. Numa palavra, sinais cada vez mais evidentes que a deflação anda por aí e ausência de evidências robustas quanto à recuperação global do desemprego.

Foi perante esta trajetória que algumas almas penadas e incompetentes como a do pérfido Ohli Rehn e a do reverente à Voz do dono Barroso se insurgiram contra a tradição de debate dos economistas americanos que ousaram estimular os seus colegas europeus que a situação ia perigosamente nua. Invocaram então que o debate perturbava a estabilidade dos mercados na Europa, uma espécie de atentado à inteligência mediana de qualquer europeu farto desta canga.
Quem vive muito dá para acompanhar os efeitos das conjunturas longas sobre a macroeconomia. Da conhecida estagflação, inflação com desemprego, que nos fez queimar algumas pestanas já há longo tempo, estamos agora com riscos de deflação e desemprego pouco propenso a descidas acentuadas, no já famoso “zero lower bound” de taxas de juro. As ideias estão vivas, o debate nunca acaba, exceto para estas múmias paralíticas cuja agenda corre o risco de destruir uma réstia de esperança que seja para a construção europeia.

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