Mais uma noite de S. João. Sempre igual, sempre diferente. Deste ano, três meros apontamentos: (i) achei adequado e simbólico o encontro/saudação a meio da ponte D. Luiz entre os presidentes da Câmara de Porto e Gaia, como também a respetiva decisão de não repetirem o ritual dos barcos para as figuras, os figurantes e alguns figurões; (ii) pareceu-me que eram bastante menos os cidadãos nas ruas e que, sobretudo, a alegria da festa era bem mais comedida, fruto certamente do estado de desânimo que se abate sobre um número crescente de famílias; (iii) julgo que vale a pena refletir se a concentração das pessoas em torno de um momento – por exemplo o apelativo fogo da meia-noite – não é suficientemente forte e desejável para justificar um afastamento das banais ofertas de diversão desviante com que se quis reanimar a Rotunda da Boavista.
As Festas voltam para o ano. Até lá, aqui deixo o voto de que se criem as condições para que já possamos então respirar melhor. Recordo os dizeres de uma quadra de Rosarinho que foi vencedora do octogenário concurso do JN:
Não me estreites de maneira
Que me impeça respirar.
Lembra-te, amor, que a fogueira
Só arde se tiver ar!...
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