terça-feira, 22 de setembro de 2015

A DEMAGOGIA ANDA À SOLTA PELA CATALUNHA




(O catalanismo merecia um ambiente com mais baixa densidade de demagogia …)

O dia 27 está próximo e a Catalunha está ao rubro, com o Junts pel Si, coligação independentista, a começar a ganhar vantagem. Mas por entre a dinâmica da campanha uma onda de demagogia está a fissurar o que poderia ser uma afirmação clara de identidade e de pretensões de independência. Demagogia para todas as versões e feitios.

Do lado do centralismo madrileno, já nos habituámos à “fina capacidade” de argumentação e dissuasão do PP e de forças apaniguadas. Neste momento, ao PP parece restar a mais pura dramatização ameaçadora do futuro dos catalães. Nem um argumento hábil para convencer os autonomistas que poderiam gozar de mais autonomia num contexto de não violação da Constituição. É coisa que o PP nunca foi capaz de fazer e não será agora com a coligação independentista a ganhar terreno que tal finura de dissuasão irá aparecer. E até o presidente do Banco Central vem acenar com a hipótese de um “corralito” determinado pela secessão catalã, ao qual Mas respondeu com a ameaça de que a Catalunha não pagará a dívida externa.

Do lado da coligação independentista, há sobretudo a ocultação das consequências europeias do projeto independentista fora do quadro institucional espanhol. E a demagogia desta posição está em ignorar as consequências que resultariam para uma frágil União Europeia do aparecimento de uma multiplicidade de independências regionais, Lombardia, Gales, Escócia, por exemplo, e seus efeitos na explosão das minorias em alguns países. É um problema real. É de facto o pior momento possível para as independências regionais.

É trágico como o caminho crítico mas frutífero da Espanha das Nações se arrisca a sucumbir no meio de tanta demagogia.

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