(O
catalanismo merecia um ambiente com mais baixa densidade de demagogia …)
O dia 27 está próximo e a Catalunha está ao
rubro, com o Junts pel Si, coligação independentista, a começar a ganhar
vantagem. Mas por entre a dinâmica da campanha uma onda de demagogia está a
fissurar o que poderia ser uma afirmação clara de identidade e de pretensões de
independência. Demagogia para todas as versões e feitios.
Do lado do centralismo madrileno, já nos habituámos à “fina capacidade” de
argumentação e dissuasão do PP e de forças apaniguadas. Neste momento, ao PP
parece restar a mais pura dramatização ameaçadora do futuro dos catalães. Nem
um argumento hábil para convencer os autonomistas que poderiam gozar de mais
autonomia num contexto de não violação da Constituição. É coisa que o PP nunca
foi capaz de fazer e não será agora com a coligação independentista a ganhar
terreno que tal finura de dissuasão irá aparecer. E até o presidente do Banco
Central vem acenar com a hipótese de um “corralito”
determinado pela secessão catalã, ao qual Mas respondeu com a ameaça de que a
Catalunha não pagará a dívida externa.
Do lado da coligação independentista, há sobretudo a ocultação das consequências
europeias do projeto independentista fora do quadro institucional espanhol. E a
demagogia desta posição está em ignorar as consequências que resultariam para
uma frágil União Europeia do aparecimento de uma multiplicidade de independências
regionais, Lombardia, Gales, Escócia, por exemplo, e seus efeitos na explosão
das minorias em alguns países. É um problema real. É de facto o pior momento
possível para as independências regionais.
É trágico como o caminho crítico mas frutífero da Espanha das Nações se
arrisca a sucumbir no meio de tanta demagogia.
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