(Neste caso
vale a pena ouvir o que Marcelo tem para dizer …)
Dia difícil com conferência em Aveiro e preparação de ida para Lisboa, logo com pouco tempo para blogar. Mas a tensão eleitoral persiste. A saga das sondagens diárias continua e com ela a emergência de uma situação
bem preta para o PS e para o desejo natural de um melhor ar para respirar a
partir da noite de 4 de outubro. Um fim-de-semana caloroso para o PS parece ter
devolvido algum ânimo às hostes de Costas e alguns senadores apareceram a
responder ao tocar a rebate, sinal de que a coisa está mesmo preta. Mas o
implacável “tracking poll” e o seu
rumo claramente favorável à coligação exige nervos de aço para aguentar tanta
pressão, sobretudo pelo seu impacto na perceção jornalística da evolução da
relação de forças.
Muita gente se tem agarrado às potenciais desconformidades existentes entre
as bases de inquirição das sondagens (estratificação apenas regional NUT II e não
em função de áreas de concentração de voto, utilização de telefones fixos e
outras que tais) e as dinâmicas de voto para justificar a diferença entre a
coligação e o PS e sobretudo para explicar a não rejeição das maldades e
perversidades da maioria, tão cândida e descarada na ocultação de quatro anos
de governação.
Talvez conviesse dar atenção ao que Marcelo apresentou ontem como explicação
possível para justificar a diferença. Disse o artista do comentário que o PS
estaria a perder o contacto com a tal massa de 600.000 votantes que ao centro
costumam protagonizar a volatilidade de mudança de sentido de voto de eleição
para eleição. 600.000 votantes que deram a última vitória a Passos Coelho e que
não estarão a reagir bem ao pedido de voto útil à esquerda que Costa tem vindo
a desenvolver nos últimos dias. Segundo Marcelo, mesmo que possa efetiva nos últimos
dias a captação de voto útil à esquerda será sempre inferior à perda de
contacto com o grupo volátil de eleitores ao centro. Em teoria, os tais 600.000
eleitores estariam maioritariamente entre os que experimentaram mais maldades e
perversidades impostas pela maioria e, por isso, estariam propensos a votar na
mudança. O que talvez não esteja a acontecer, já que esse eleitorado volátil é
o mais frágil em termos de consistência política e por isso sensível à
chantagem da indeterminação e incerteza que a maioria está a construir para o
embate final.
Mas quem sabe? O resto desta semana vai ser de grande tensão. Não é de
facto indiferente ter uma aragem mais respirável ou pelo contrário estar
perante a poluição mais manipuladora que alguma vez foi produzida no discurso
político, até agora pelos vistos eficaz
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