segunda-feira, 28 de setembro de 2015

PRELIMINARES ELEITORAIS IX





(Neste caso vale a pena ouvir o que Marcelo tem para dizer …)

Dia difícil com conferência em Aveiro e preparação de ida para Lisboa, logo com pouco tempo para blogar. Mas a tensão eleitoral persiste. A saga das sondagens diárias continua e com ela a emergência de uma situação bem preta para o PS e para o desejo natural de um melhor ar para respirar a partir da noite de 4 de outubro. Um fim-de-semana caloroso para o PS parece ter devolvido algum ânimo às hostes de Costas e alguns senadores apareceram a responder ao tocar a rebate, sinal de que a coisa está mesmo preta. Mas o implacável “tracking poll” e o seu rumo claramente favorável à coligação exige nervos de aço para aguentar tanta pressão, sobretudo pelo seu impacto na perceção jornalística da evolução da relação de forças.

Muita gente se tem agarrado às potenciais desconformidades existentes entre as bases de inquirição das sondagens (estratificação apenas regional NUT II e não em função de áreas de concentração de voto, utilização de telefones fixos e outras que tais) e as dinâmicas de voto para justificar a diferença entre a coligação e o PS e sobretudo para explicar a não rejeição das maldades e perversidades da maioria, tão cândida e descarada na ocultação de quatro anos de governação.

Talvez conviesse dar atenção ao que Marcelo apresentou ontem como explicação possível para justificar a diferença. Disse o artista do comentário que o PS estaria a perder o contacto com a tal massa de 600.000 votantes que ao centro costumam protagonizar a volatilidade de mudança de sentido de voto de eleição para eleição. 600.000 votantes que deram a última vitória a Passos Coelho e que não estarão a reagir bem ao pedido de voto útil à esquerda que Costa tem vindo a desenvolver nos últimos dias. Segundo Marcelo, mesmo que possa efetiva nos últimos dias a captação de voto útil à esquerda será sempre inferior à perda de contacto com o grupo volátil de eleitores ao centro. Em teoria, os tais 600.000 eleitores estariam maioritariamente entre os que experimentaram mais maldades e perversidades impostas pela maioria e, por isso, estariam propensos a votar na mudança. O que talvez não esteja a acontecer, já que esse eleitorado volátil é o mais frágil em termos de consistência política e por isso sensível à chantagem da indeterminação e incerteza que a maioria está a construir para o embate final.

Mas quem sabe? O resto desta semana vai ser de grande tensão. Não é de facto indiferente ter uma aragem mais respirável ou pelo contrário estar perante a poluição mais manipuladora que alguma vez foi produzida no discurso político, até agora pelos vistos eficaz

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