Paulo Artur voltou à carga com chamada de primeira página no “Público” (que fantástica opção editorial!). E lá veio reafirmar o bem fundado do que, tão justa e naturalmente, dissera em Castelo de Vide e que já aqui foi comentado. À noite, na SIC-N, a criatura pôde contar ainda com a benevolente e inqualificável proteção do seu sócio de escritório de advocacia António Vitorino, embora não deixando este de sugerir uma não malévola intencionalidade naquelas declarações sobre a Justiça.
Mais objetiva, a meu ver, é a linha do diretor do “Expresso” quando escreve: “Foram um erro propositado, Paulo Rangel recorreu a um truque retórico clássico: o de se dizer uma coisa sabendo que toda a gente vai entender outra. É certo que assim pode defender-se com o que disse e que, palavra por palavra, mais não é que uma ligeira insinuação.” Ou ainda: “É por isso que, além de erradas e perigosas, as declarações de Paulo Rangel são muito pouco inteligentes. Digamos, para usar uma metáfora básica – ao nível desta retórica simples – que ficam para memória futura”. Ou, por fim: “Para conseguir um objetivo de curto prazo não hesita em por em causa a imagem de juízes e procuradores. É claro que ele dirá que nunca disse isso. Pois não, mas foi isso que toda a gente ouviu. E ele sabia-o muito bem. Os erros propositados são isso mesmo. São erros, mas menos desculpáveis”.
Não, Paulo Artur não errou por engano nem meteu “a pata na poça”. Antes fez o que sempre faz do alto da sua arrogante xico-espertice e no contexto da sua eficácia no aproveitamento de uma visibilidade feita e alimentada pela ignorância e preguiça da maioria dos agentes da comunicação social portuguesa. Mas o rei vai-se despindo e os seus doentio egocentrismo e incontroláveis ambições iludem cada vez menos – porque ele, de facto, vai cabendo a olhos vistos no grupo daqueles que o dito popular trata como a tudo disponíveis para poderem ter acesso ao baile do orfanato...
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