Volto ao “Boletim Económico” do BCE (nº 6 de 2015) para saudar uma melhoria qualitativa na informação disponibilizada pelos serviços estatísticos da instituição de Frankfurt: a publicação que doravante será feita numa base mensal dos individual TARGET balances correspondentes aos diferentes bancos centrais nacionais. Trata-se, como é sabido, dos créditos e responsabilidades líquidos dos referidos bancos centrais face ao BCE decorrentes dos pagamentos transfronteiriços dos respetivos sistemas bancários ou dos próprios bancos centrais e executados através da plataforma de pagamento da Zona Euro conhecida por TARGET. Ainda que a interpretação destes dados gerados no interior de um sistema financeiro integrado (Eurosystem) requeira uma significativa dose de precaução analítica, constate-se nos gráficos acima a clara evidência do surgimento de fortes desequilíbrios na distribuição da liquidez non-cash dos bancos centrais nacionais durante a crise (sobretudo na sua fase mais aguda que se estendeu até finais de 2012), seja em razão do generalizado e crescente recurso a financiamento do banco central seja em razão da sua muito desigual repartição entre países – vejam-se, em especial, os casos de impacto potencialmente mais marcante e gravoso dos créditos alemães e das responsabilidades espanholas e italianas. Um assunto já por diversas vezes aflorado neste espaço, designadamente a propósito de uma moeda comum que não é verdadeiramente uma moeda única, e que passa agora a poder ser acompanhado com maior proximidade e propriedade.
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