quarta-feira, 23 de setembro de 2015

PRELIMINARES ELEITORAIS VII

(Jornal Público)



A pressão das sondagens diárias é terrível e o PS não descola. Isto apesar de António Costa e o PS estarem claramente à frente no índice de notoriedade da CISION nos media e nas redes sociais, como o afirma o Expresso Diário de hoje. O mesmo Expresso Diário refere um comentário de jornalista que tem acompanhado a campanha do PS segundo o qual se nota a falta de gente e de recursos, sinal provável da difícil situação financeira em que o partido se encontra.

Veremos que impacto vai ter a discussão verdadeiramente demagógica que hoje se travou em torno do reporte para o défice público da não venda do Novo Banco sobre os resultados da maioria, quando o mais importante é a discussão do défice público do 1º semestre de 2015. Nesse tom de aproveitamento eleitoral Catarina Martins tem sido insuperável, mas o Bloco também não dispara. O que aumenta a minha inquietação, pois tudo sugere que os números começam a refletir tendências pesadas de eleitorado, salvo a incógnita da distribuição dos indecisos, que pode muito bem passar pela abstenção e não reverter para a esquerda ou então gerar alguma surpresa.

Costa e o PS não têm conseguido descolar do buraco político da segurança social em que se deixaram armadilhar e a sensação com que se fica da cobertura da campanha é que o programa de Mário Centeno já lá vai, tal é a profusão de ideias ou de promessas isoladas que Costa vai deixando aqui e acolá, claramente pressionado pelos números das sondagens. Vá lá que alguma imprensa vai começando a meditar no significado de uma reeleição da maioria, não se percebe com que condições para governar. Isso pode ser positivo.

No Facebook de Paulo Baldaia (TSF) li um comentário desconcertante que é mais ou menos o seguinte: “Com os dados que tenho acho que o PS ganhará com cerca de 5 pontos de vantagem!”. Mas que raio de dados serão estes? Será que estamos a seguir a mesma campanha?

O meu hemisfério analítico faz com que passe tempo demasiado a tentar racionalizar o que está a correr mal e que razões profundas determinarão a não rejeição absoluta da governação da maioria. Decididamente não é com camaradas como eu que se ganham eleições.

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