(Jornal Público)
A pressão das sondagens diárias é terrível e o PS não descola. Isto apesar de
António Costa e o PS estarem claramente à frente no índice de notoriedade da
CISION nos media e nas redes sociais,
como o afirma o Expresso Diário de hoje. O mesmo Expresso Diário refere um
comentário de jornalista que tem acompanhado a campanha do PS segundo o qual se
nota a falta de gente e de recursos, sinal provável da difícil situação
financeira em que o partido se encontra.
Veremos que impacto vai ter a discussão verdadeiramente demagógica que hoje
se travou em torno do reporte para o défice público da não venda do Novo Banco
sobre os resultados da maioria, quando o mais importante é a discussão do défice
público do 1º semestre de 2015. Nesse tom de aproveitamento eleitoral Catarina
Martins tem sido insuperável, mas o Bloco também não dispara. O que aumenta a
minha inquietação, pois tudo sugere que os números começam a refletir tendências
pesadas de eleitorado, salvo a incógnita da distribuição dos indecisos, que
pode muito bem passar pela abstenção e não reverter para a esquerda ou então
gerar alguma surpresa.
Costa e o PS não têm conseguido descolar do buraco político da segurança
social em que se deixaram armadilhar e a sensação com que se fica da cobertura
da campanha é que o programa de Mário Centeno já lá vai, tal é a profusão de
ideias ou de promessas isoladas que Costa vai deixando aqui e acolá, claramente
pressionado pelos números das sondagens. Vá lá que alguma imprensa vai
começando a meditar no significado de uma reeleição da maioria, não se percebe
com que condições para governar. Isso pode ser positivo.
No Facebook de Paulo Baldaia (TSF) li um comentário desconcertante que é
mais ou menos o seguinte: “Com os dados que tenho acho que o PS ganhará com
cerca de 5 pontos de vantagem!”. Mas que raio de dados serão estes? Será que
estamos a seguir a mesma campanha?
O meu hemisfério analítico faz com que passe tempo demasiado a tentar
racionalizar o que está a correr mal e que razões profundas determinarão a não
rejeição absoluta da governação da maioria. Decididamente não é com camaradas
como eu que se ganham eleições.
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