Falemos de níveis de vida, sem prejuízo da sempre recomendável salvaguarda quanto às limitações do indicador sob utilização (mesmo quando o clássico PIB per capita é calculado à paridade do poder de compra). Oferecem-se-me três tipos de considerações essenciais: (i) no final do século passado, os diferenciais de riqueza existentes entre os seis países europeus selecionados distribuíam-se entre os 24,2 mil dólares da Grécia e os 36,2 da Alemanha, situação que posteriormente evolui em alta (maior desigualdade, portanto), primeiro para um mínimo português de 27,3 e um máximo alemão de 41 à chegada da crise financeira e depois para um mínimo grego de 24,5 e um máximo alemão de 43 no momento atual; (ii) há indícios de que os primeiros anos deste século, correspondentes ao já chamado “período dourado da moeda única”, só não terem sido admiráveis para um Portugal notoriamente esgotado em termos de modelo económico (escasso aumento do PIB por habitante em 2,3 mil dólares contra 5,9 para Espanha e 8,8 para a Grécia, designadamente); (iii) apenas a Alemanha apresenta um registo sempre crescente ao longo dos três momentos sob registo, o que denota bem que os efeitos da crise se manifestaram em todas as restantes economias (com a França a ser menos tolhida, a Itália a ser a única que surge em 2014 abaixo do respetivo nível de 1999 e Portugal e a Grécia a praticamente evidenciarem em 2014 um regresso a 1999). Quinze anos completamente perdidos para o bom povo lusitano, com os seus responsáveis a assobiarem invariavelmente para o lado e a larga maioria das pessoas entre o desespero e uma sua muito sua...
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