sábado, 19 de setembro de 2015

NOVO DIA DE REFLEXÃO NA GRÉCIA

(Ilias Makris, http://www.kathimerini.gr)


Eu insisto em ser daqueles poucos que consideram que a enorme amplitude do problema da Grécia ainda está para lavar e durar, por um lado, e que a alegada estratégia errada de Tsipras ainda está por demonstrar em todo o seu suposto esplendor, por outro. Mas enquanto o regresso do primeiro à tona corresponde apenas a uma questão de tempo – já que o que esteve em causa em pleno Verão foi um misto de punição ideológica schäubliana (para dizer depressa) e de serviço aos partidos do PPE do sul da Europa em período eleitoral (leia-se Espanha e Portugal), assim se tendo despachado para debaixo do tapete todas as essências que podiam então atrapalhar (Münchau sintetizou-o como ninguém: elections are just a sideshow, bailout targets remain unattainable) –, a segunda só virá ao de cima se o Syriza vencer as eleições de amanhã e fizer com que a arriscada ginástica política de Alexis não termine com o seu inglório envio para um marginal caixote do lixo da História.

As sondagens (acima uma média das últimas disponíveis) não esclarecem qual das duas hipóteses se verificará, uma vez que a “Nova Democracia” (comandada por um bem mais carismático e eficaz Vangelis Meimarakis) disputa taco-a-taco o primeiro lugar. E, pior ainda!, elas apontam até para a possibilidade de coligações muito alargadas, com os fascistas da “Aurora Dourada” a serem transformados no maior partido de uma oposição que necessariamente ainda virá a capitalizar a seu favor as muitas dificuldades que se estão no horizonte do povo grego. Cá por mim, para o mal e para o bem, tendo a puxar por fora pela vitória de Tsipras e a admitir que tal também será o melhor para a Europa de que mais me agradaria ser parte integrante...

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