Tous les garçons et les filles animou-nos a adolescência e divididos entre a exuberância
de Sylvie Vartan e o ar lânguido de Françoise Hardy alguns de nós pendiam para
Françoise a quem associávamos ares de Saint Germain e reminiscências com a
Nouvelle Vague do cinema francês que tanto nos marcou em Portugal.
Fascina-me ver como o tempo passa pelas pessoas. E uma
passagem despreocupada pelo El País de hoje trouxe-me uma foto recente de
Françoise, debatendo-se no XVIème de Paris com o envelhecimento, a doença e a
solidão, mais frágil do que nunca, não lânguida, continuando a escrever e
assumindo-se como uma larga parte da intelectualidade francesa como uma mulher
de direita, embora cúmplice de alguns temas fraturantes de que a direita
francesa tem fugido como o diabo da cruz, eutanásia, ecologia, aborto e
entusiasta de algumas personalidades socialistas do passado, como Rocard.
A fotografia que acompanha a notícia do El País é de 2012
e precisaria da força de um Richard Avedon para nos trazer toda a fragilidade
de que certamente Françoise é portadora.
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