quarta-feira, 2 de julho de 2014

A ECONOMIA MUNDIAL: PINCELADAS


Retirado pelo blogue “Alphaville” (“Financial Times”) de uma recente Nota do “Credit Suisse” (CS), o gráfico acima não só é artístico como também substancialmente informativo. Trata-se de tomar por ponto de partida a procura global de mercadorias (em termos reais), anualizadamente e ao longo de mais de três décadas, e de analisar a sua decomposição relativamente ao respetivo contributo das grandes zonas da economia mundial (e ainda, com recurso às matrizes input-output das várias economias, com base numa repartição entre consumo e investimento a que aludirei mais abaixo).

Numa lógica de médio prazo, constatem-se os crescentes roxos (a partir dos anos 90) correspondentes à China (idem, em menor escala, para os azuis mais claros correspondentes ao Resto do Mundo, sobretudo composto pelas economias emergentes), a constância (com uma relativa quebra) dos azuis mais escuros associados aos Estados Unidos e as baixas de uns verdes (Japão) e vermelhos (Zona Euro) que tinham significado marcante nos anos 80 e estão atualmente reduzidos a uma ínfima expressão.

Vejamos agora o gráfico seguinte, relativo à atrás referida repartição no último ano com matrizes acessíveis ao respetivo cálculo (2012). Comparando-o com o equivalente de início do século, os autores concluem que os principais drivers da procura global (e, portanto, em larga medida do crescimento da indústria transformadora) foram o investimento chinês, o consumo americano e o investimento e consumo do Resto do Mundo. O quadro subsequente confirma estas indicações e evidencia claramente a enorme e generalizada fragilização de japoneses e europeus, os débeis registos do investimento americano e a imbatível e continuada dinâmica da China.

Os analistas do CS responsáveis pela Nota arrematam assim: “Em suma, um consumidor americano estável, um crescimento chinês mais baixo mas ainda elevado e uma economia da Zona Euro em recuperação são suficientes para sustentar 3 a 4% de crescimento da procura global nos próximos anos. Os riscos colaterais fundamentais podem provir do investimento dos Estados Unidos e da Zona Euro ou de um forte abanão na China”. Sem dúvida, um diagnóstico conciso e eficaz...



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