segunda-feira, 28 de julho de 2014

ESPAÑA NOS ROBA … PERO TAMBIÉN SE ROBA EN CATALUÑA

(Pai Jordi e filho Jordi)


O slogan “España nos Roba” fez furor nas últimas semanas por terras da Catalunha, na sequência de um aproveitamento indevido já aqui denunciado do défice fiscal que as Contas Públicas Territorializadas de Espanha revelaram para a Catalunha. Trata-se de uma tacanha utilização das referidas contas para atiçar o apoio popular ao independentismo. Não imaginariam esses agitadores de ideias que o slogan lhes iria cair em cima, com estrondo, com o trambolhão político do carismático e nacionalista clan Pujol, com a já aqui também mencionada confissão de delito fiscal grave do seu chefe Jordi Pujol. E por muito que Artur Mas e a sua elegante mulher se esforcem por remeter o affair Pujol para o domínio da privacidade de alguém que por acaso foi líder destacado da Generalitat dificilmente será evitável o embate no nacionalismo independentista. É que a trama pode ser deslindada e encontrada uma razão para a fortuna sob observação fiscal dos filhos o velho Pujol. Dificilmente as autoridades espanholas perderão esta oportunidade.
Lluís Bassets dedica-lhe hoje na Quarta Página do El País uma reflexão bem profunda, na qual é referida uma entreaberta política que consistiria no aproveitamento por parte do soberanismo mais puro do caso Pujol para cortar de vez com o nacionalismo burguês e parcialmente corrupto reinante na CiU e que tem dominado (apesar da subida vertiginosa da Esquerda Catalã) a tensão independentista. Não me parece que tal seja possível sem uma profunda e interrogada reorganização do espectro político catalão.
Entretanto, o PP renitente esfrega as mãos com este presente de verão e a saída da Espanha das Nações parece cada vez mais longínqua, apesar da sua defesa pelo novo e aguerrido secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, curiosamente com a mesma morfologia de Matteo Renzi.

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