(Pai Jordi e filho Jordi)
O slogan “España
nos Roba” fez furor nas últimas semanas por terras da Catalunha, na sequência
de um aproveitamento indevido já aqui denunciado do défice fiscal que as Contas
Públicas Territorializadas de Espanha revelaram para a Catalunha. Trata-se de
uma tacanha utilização das referidas contas para atiçar o apoio popular ao
independentismo. Não imaginariam esses agitadores de ideias que o slogan lhes
iria cair em cima, com estrondo, com o trambolhão político do carismático e
nacionalista clan Pujol, com a já aqui também mencionada confissão de delito
fiscal grave do seu chefe Jordi Pujol. E por muito que Artur Mas e a sua
elegante mulher se esforcem por remeter o affair Pujol para o domínio da
privacidade de alguém que por acaso foi líder destacado da Generalitat
dificilmente será evitável o embate no nacionalismo independentista. É que a
trama pode ser deslindada e encontrada uma razão para a fortuna sob observação
fiscal dos filhos o velho Pujol. Dificilmente as autoridades espanholas perderão
esta oportunidade.
Lluís Bassets dedica-lhe hoje na Quarta Página do El País uma reflexão bem profunda, na qual é referida uma entreaberta política
que consistiria no aproveitamento por parte do soberanismo mais puro do caso
Pujol para cortar de vez com o nacionalismo burguês e parcialmente corrupto
reinante na CiU e que tem dominado (apesar da subida vertiginosa da Esquerda
Catalã) a tensão independentista. Não me parece que tal seja possível sem uma
profunda e interrogada reorganização do espectro político catalão.
Entretanto, o PP renitente esfrega as mãos com
este presente de verão e a saída da Espanha das Nações parece cada vez mais
longínqua, apesar da sua defesa pelo novo e aguerrido secretário-geral do PSOE,
Pedro Sánchez, curiosamente com a mesma morfologia de Matteo Renzi.
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