Nos últimos tempos, e a propósito dos dossiês que têm alimentado a resplandecente confiança oficial lusitana enquanto vão fazendo a infeliz desgraça dos nossos vizinhos ibéricos, tenho-me recordado frequentemente daquela anedota do hipopótamo que, ao saber que um destino cruel está reservado ao animal da selva com a boca maior, fecha a sua sussurrando: “ui, coitadinho do crocodilo!”.
Daí socorrer-me, demonstrativamente, de uma exemplar sucessão de vinhetas da autoria do excelente cartunista Napi (http://www.eleconomista.es): acima, a proclamação oficial de que o país está melhor – qual Montenegro! – por contraposição à perigosidade de uma esperança à solta; abaixo, o apelo a uma meia-dúzia de temas hispanicamente explorados e que pouco ou nada nos dizem (o aperto do cinto e dos orçamentos familiares, a pobreza encarada como economia subterrânea, o desemprego canino, o piro da emigração, o inqualificável aumento dos impostos e o desaparecido crédito às pequenas empresas). Mas não há, afinal, qualquer razão para espanto, quer porque uns são répteis e outros mamíferos quer porque a vulgar dupla deles (Mariano e Soraya) não chega sequer aos calcanhares do nosso luminoso casal (Pedro e Paulo)...
Adenda: e, entretanto, o PSOE já se precipitou e escolheu antes de férias um novo e jovem líder, Pedro Sánchez.
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