Schäuble foi a Paris e não esteve com papas na língua, como é timbre de um alemão politicão. Abordou do modo seguinte os dois temas europeus do momento que mais diretamente lhe dizem respeito: sobre os críticos de Berlim quanto à sua escassa contribuição para o estímulo da procura europeia, disse-se inspirado por Keynes – “Aproveitamos as taxas muito baixas porque o nosso nível de dívida se mantém elevado. O reembolso dos juros da dívida constitui a segunda rubrica do orçamento. E o nosso endividamento representa ainda 77% do produto interno bruto, para além dos 60% previstos pelos tratados europeus. Para lá disso, temos uma boa situação económica, um bom mercado de trabalho e li Keynes: é nestas circunstâncias que é necessário reduzir a dívida.”; sobre os ecos vindos de Bruxelas quanto a uma eventual nomeação sob pressão francesa do ex-ministro das Finanças de Hollande, Pierre Moscovici, para comissário encarregado da política económica, deixa o recado para que os franceses se puseram a jeito com o incumprimento orçamental que foram deixando acumular – “As decisões sobre a composição da futura Comissão devem reforçar a confiança na capacidade de agir da Comissão. Ela deverá aplicar de maneira objetiva e fiável as regras europeias estabelecidas ao longo dos últimos anos.” Wolfgang domina com o peito e remata à meia volta, ele é mesmo um verdadeiro artista!
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