quinta-feira, 17 de julho de 2014

O MISTERIOSO ENCANTO DO GRÃO-DUCADO

(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)

Já aqui defendi que, dadas as circunstâncias que foram criadas, a eleição de Juncker para a presidência da Comissão Europeia era a única saída decente que restava aos principais mandantes e decisores da União. Mas, como bem diz a canção, “romance é romance e um lance é um lance”, ou seja: não deixa de ser peculiar que esta Europa que vai proclamando aos sete ventos uma agenda política de luta contra a evasão fiscal tenha doravante na sua liderança um homem que foi, durante quase dezanove anos (janeiro 1995 a dezembro 2013), primeiro-ministro de um pequeno país que é o maior paraíso fiscal do Velho Continente e cujas condições de passagem de uma discutível viabilidade económica à ostentação de sinais exteriores de riqueza (maior PIB por habitante do mundo) decorrem da concentração de entidades financeiras no seu território (155 bancos e segundo maior centro mundial de fundos de investimento, p.e.) e da associada “eficácia” das suas práticas. É para o que está!

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