Diga-se o que se disser, e com todas as restrições e acusações de maldade com que se queira diminuir a afirmação que segue, o verdadeiro capitalismo é o americano e ponto final. Temo-lo visto em múltiplas vertentes das reações (supervisão mas não só) à crise financeira quando comparados o lado de lá do Atlântico e o lado de cá.
Por estes dias, disso conhecemos mais uma evidência: a multa recém-decidida pela Justiça dos EUA ao banco francês BNP Paribas, no montante de 8,97 mil milhões de dólares (em torno de 6,6 mil milhões de euros, qualquer coisa como um valor cerca de 1,5 vezes o das perdas estimadas para a Société Générale no caso da fraude que sofreu em 2008 por ação do trader Jérôme Kerviel), e a suspensão por um ano das suas operações em dólares no tocante a transações no domínio da energia, tudo por razões associadas a violações dos embargos americanos ao Sudão (transferências estimadas em 20 mil milhões de dólares por conta de sociedades estatais ou para-estatais sudanesas) e, em menor medida, ao Irão e a Cuba, entre 2002 e 2012.
Por estes dias, disso conhecemos mais uma evidência: a multa recém-decidida pela Justiça dos EUA ao banco francês BNP Paribas, no montante de 8,97 mil milhões de dólares (em torno de 6,6 mil milhões de euros, qualquer coisa como um valor cerca de 1,5 vezes o das perdas estimadas para a Société Générale no caso da fraude que sofreu em 2008 por ação do trader Jérôme Kerviel), e a suspensão por um ano das suas operações em dólares no tocante a transações no domínio da energia, tudo por razões associadas a violações dos embargos americanos ao Sudão (transferências estimadas em 20 mil milhões de dólares por conta de sociedades estatais ou para-estatais sudanesas) e, em menor medida, ao Irão e a Cuba, entre 2002 e 2012.
Diga-se de passagem que tudo parece indicar que as operações em questão não são até ilegais à luz do direito francês e europeu, mas o facto de as transações de sociedades de negócio petrolífero – feitas a partir de uma filial suíça por conta de países sob embargo – terem sido realizadas em dólares faz com que as mesmas caiam sob a alçada do direito americano. Mas, enquanto alguns financeiros têm utilizado este argumento como arma de acusação aos EUA – “querem transformar os bancos em polícias na luta contra a evasão fiscal, a corrupção ou o terrorismo” –, apesar de os ventos não lhes soprarem de feição, o último editorial do “Le Monde” opta por se referir ao “rei dólar” e ao facto de uma moeda não ser somente o reflexo do poderio económico do pais que a emite mas testemunhar em igual medida o seu poderio estratégico.
Concluo: as sanções americanas atingiram desta vez uma dimensão inédita (abaixo as maiores multas destes anos), a despeito de todas as enormes pressões políticas que existiram (Hollande incluído) e de terem sido dirigidas a um banco que é tido por um dos que se mostraram mais seguros e éticos no contexto de um mercado europeu e francês fortemente abalado, como foi, pelas inúmeras sequelas e perturbações decorrentes da crise financeira. Eles lá vão fazendo das deles mas lá que não são para brincadeiras...
Concluo: as sanções americanas atingiram desta vez uma dimensão inédita (abaixo as maiores multas destes anos), a despeito de todas as enormes pressões políticas que existiram (Hollande incluído) e de terem sido dirigidas a um banco que é tido por um dos que se mostraram mais seguros e éticos no contexto de um mercado europeu e francês fortemente abalado, como foi, pelas inúmeras sequelas e perturbações decorrentes da crise financeira. Eles lá vão fazendo das deles mas lá que não são para brincadeiras...
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