(Os casais Mas e Pujol em cerimónia política de 2003)
O independentismo catalão continua a ser fonte de
múltiplas surpresas, sobretudo em matéria de desvarios financeiros ou fiscais
que passam tangentes perigosas ao universo da CiU.
Pois agora, com uma pontaria notável, atendendo a
que tudo indica Mas e Rajoy encontrar-se-ão na Moncloa antes deste último rumar
à sua Galicia para veraneio, Jordi Pujol, líder durante praticamente duas décadas
do governo regional da Catalunha (Generalitat) e ainda presidente honorário da
Convergència Democràtica, resolveu vir a público declarar que manteve uma
fortuna familiar, legada por seu avô, em paraísos fiscais durante décadas.
O patriarca Pujol terá pretendido chamar a si a
responsabilidade dos danos que se abateriam sobre a sua vasta prole e na
verdade esta prole (sobretudo cinco dos seus sete filhos) tem sido nos últimos
tempos fortemente associada a escândalos financeiros e fiscais, o que mostra
que o poder, seja ele central, regional ou local é tentador. Há dias, um líder
local mexicano saiu-se com esta: Sim
roubei mas foi pouquito. Nem todos têm a ingenuidade deste mexicano e os
Pujol dão ao palácio de Moncloa um argumento de peso nas negociações que a
consulta popular projetada para a Catalunha tenderá a movimentar. Não pode
ignorar-se que Jordi Pujol se aproximou definitivamente das teses
independentistas após o chumbo pelo Tribunal Constitucional espanhol do
Estatuto da Catalunha.
Que falta nos fazem Vázquez Montalbán e o seu
Pepe Carballo para dissertarem sobre a clique catalã.
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