segunda-feira, 16 de abril de 2012

EXPORTA PORTUGAL

Sabe-se que:
· o saldo da balança comercial é habitualmente utilizado pelos economistas como um dos indicadores mais adequados para avaliar a competitividade de um país numa lógica ex-post, de resultado;
· a evolução das sociedades modernas tem levado à tendência crescente de que tal indicador seja reconvertido para uma perspetiva mais lata, isto é, integrando não apenas as mercadorias internacionalmente comercializadas mas também os serviços externamente transacionados;
· no caso da economia portuguesa, o caráter deficitário da balança comercial (em sentido estrito e/ou lato) corresponde a um elemento cuja durabilidade temporal a qualifica como uma evidente debilidade de ordem estrutural.

Com base nestes pressupostos, fui procurar verificar e refazer alguns pontos de situação. E não só confirmei muito daquele sabido como também detetei alguns aspetos relativamente menos conhecidos, como sejam:
· nos últimos quase 60 anos (primeiro gráfico acima), 2011 terá sido aquele com o terceiro melhor resultado em termos de peso do saldo da balança de bens e serviços (BBS) no PIB;
· em valor (segundo gráfico acima), o défice da balança de bens e serviços de 2011 terá sido, de muito longe, o mais baixo desde a criação da moeda única, registando designadamente uma quebra superior a 50% em relação ao ano anterior;
· ainda em valor, e reportando-me a dados relativos ao mês de Janeiro de 2012 (necessariamente menos fortes do ponto de vista analítico), o saldo da balança de bens e serviços (BBS) ter-se-á reduzido, novamente em mais de metade, por comparação ao anterior mês homólogo.

Há nestas evoluções, seguramente, muito para clarificar, explicar, interpretar e retirar. Mas nem por isso se pode deixar de reconhecer e sublinhar desde já quanto elas permitem assinalar a grande componente potencialmente virtuosa que podemos contrapor ao muito que vai ferindo com gravidade as condições do nosso devir a médio prazo. Refiro-me obviamente, e com a confirmação auxiliar decorrente da observação do contributo anual de cada uma das parcelas daquela BBS para a formação do respetivo saldo (terceiro gráfico acima), ao papel nuclear das exportações de mercadorias (veja-se, em especial, a elucidativa dimensão das colunas a azul nos dois últimos anos).

Moral da história: os crentes que rezem fervorosamente por uma longa e bem-sucedida vida aos sujeitos ativos deste nosso quase exclusivo ponto de amarração e esperança, os não crentes que também possam ajudar nessa missão verdadeiramente patrótica de os gerir com pinças e acarinhar a todo o custo…

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