A participação na
conferência NewChallenges for Local Governance explica em parte a minha menor
frequência de participação nos últimos dias. Propus à conferência um paper centrado no tema “A dupla crise da
economia portuguesa e o ‘efeito tenaz’ na governação local” que noutra
oportunidade tentarei aqui resumir.
Por hoje deixo
impressões de uma conferência que acolhe uma comunidade de investigação com que
nunca tinha contactado, o da International Geographical Union Commission neste
caso da Governança. E a primeira ideia é que estas comunidades entre pares
constituem cada vez mais verdadeiras tribos que tendem a reproduzir-se na maior
escala possível, sem grandes contactos com outras comunidades, mesmo que
centradas no mesmo tema. Como tenho circulado sem regularidade por estas
comunidades vou-me apercebendo que esta característica de tribo tem vindo a
acentuar-se, com algumas perdas para a interdisciplinaridade. No caso presente,
o estudo da governação local e de toda a dinâmica de cooperação horizontal que
os municípios têm desenvolvido encontra na geografia da governança um domínio
disciplinar promissor, mas a fertilização cruzada com outras disciplinas como
as ciências da organização, a ciência política, os estudos jurídicos, a teoria
do planeamento e a economia do desenvolvimento local. E é essa fertilização
cruzada que as comunidades entre pares tendem a meu ver a desincentivar, em
particular em países como o nosso em que a segmentação da investigação e do
ensino universitário são uma realidade.
A outra ideia por
hoje prende-se com a fortíssima heterogeneidade das estruturas administrativas
dos países não apenas na UE a 27 mas também numa Europa alargada com a
generalidade dos países da Europa central e de leste. A complexidade de algumas
arquiteturas do poder local em alguns destes países é deveras impressionante e
nessa perspetiva a geografia da governança local constitui um domínio promissor
para uma análise comparativa consistente e devidamente contextualizada.
Voltarei ao
assunto.
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