A primeira volta das eleições presidenciais francesas deu
François Hollande (acima caricaturado por Agustin Sciammarella no “El País“, http://elpais.com). Mas, apesar dos sinais
positivos (maior votação de sempre à esquerda, derrota inédita do presidente
titular, forte participação, extrapolações otimistas para 6 de maio), tudo
continua por decidir. E ou muito me engano ou os próximos quinze dias vão ser
terríveis (acusações, escândalos, pressões, chantagens, traições, promessas
de lugares, negociações, etc. etc. etc.).
Sociologicamente, o mais interessante vai estar em
compreender a real distância existente entre os votos ditos de extrema-direita
(Marine Le Pen e a sua “histórica“ votação recorde) e ditos centristas (Bayrou) – algo com
uma expressão em torno dos 27% – e as determinantes efetivas dos comportamentos
eleitorais dos cidadãos nos seus múltiplos e crescentes desalinhamentos. Terá
mesmo a extrema-direita o destino de Sarkozy na mão?
Quanto à componente substantiva que mais significativamente
nos importa, as declarações finais daqueles que serão os dois adversários da
segunda volta falam por si. Sarkozy assume-se pela negativa (“protetor dos
franceses“) e clama pelos que “desejam que a
França não conheça a sorte de tantos dos nossos vizinhos“.
Hollande posiciona-se pela positiva (“rassemblement pour redresser“) e propõe-se
“reorientar a Europa no caminho do crescimento e do emprego”.
Esperemos pelos próximos capítulos…
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