segunda-feira, 23 de abril de 2012

HOLLANDE, 1 – SARKOZY, 0


A primeira volta das eleições presidenciais francesas deu François Hollande (acima caricaturado por Agustin Sciammarella no “El País“, http://elpais.com). Mas, apesar dos sinais positivos (maior votação de sempre à esquerda, derrota inédita do presidente titular, forte participação, extrapolações otimistas para 6 de maio), tudo continua por decidir. E ou muito me engano ou os próximos quinze dias vão ser terríveis (acusações, escândalos, pressões, chantagens, traições, promessas de lugares, negociações, etc. etc. etc.).

Sociologicamente, o mais interessante vai estar em compreender a real distância existente entre os votos ditos de extrema-direita (Marine Le Pen e a sua “histórica“ votação recorde) e ditos centristas (Bayrou) – algo com uma expressão em torno dos 27% – e as determinantes efetivas dos comportamentos eleitorais dos cidadãos nos seus múltiplos e crescentes desalinhamentos. Terá mesmo a extrema-direita o destino de Sarkozy na mão?

Quanto à componente substantiva que mais significativamente nos importa, as declarações finais daqueles que serão os dois adversários da segunda volta falam por si. Sarkozy assume-se pela negativa (“protetor dos franceses“) e clama pelos que “desejam que a França não conheça a sorte de tantos dos nossos vizinhos“. Hollande posiciona-se pela positiva (“rassemblement pour redresser“) e propõe-se “reorientar a Europa no caminho do crescimento e do emprego”.

Esperemos pelos próximos capítulos…

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