A morte de Miguel
Portas traz uma ausência que sentiremos num momento em que o seu persistente e
combativo questionar da construção europeia nos fará falta face à dimensão dos
problemas que essa construção vai experimentar nos próximos tempos.
Sem qualquer experiência
de contacto com a sua personalidade, a melhor forma de o relembrar neste espaço
será recordar a sua formação cultural de grande abertura a outros mundos de que
a fotografia de Camilo de Azevedo acima reproduzida do Périplo, obra que se
seguiu à série documental de 2003-04 que marcou indelevelmente a passagem de Portas
pela televisão, tão bem ilustra.
Uma outra imagem,
essa ilustrativa da sua tenacidade bem jovem, fica da recente entrevista do pai
Nuno Portas, creio que a António José Teixeira, na qual o pai Portas faz
revelações sobre a intensidade de participação política de Miguel, então no
PCP. A sua militância tê-lo-á conduzido a um prolongamento artificial da sua
licenciatura. Essa tenacidade nunca o terá abandonado.
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