Paulatina mas solidamente, Ricardo Salgado (acima caricaturado em parte de um trabalho de Fernão Campos em http://ositiodosdesenhos.blogspot.com) logrou transformar-se numa das poucas referências de um país carente e desorientado – um grande senhor de um pequeno país! A sua entrevista ao “Expresso” de ontem disso é apenas mais um elemento de já desnecessária confirmação.
Entre o “a análise das PPP ainda não está feita” e o “fui criticado por defender duas coisas que continuo a considerar estratégicas: uma é o TGV e a outra é o novo aeroporto de Lisboa”. Entre o “Teixeira dos Santos é uma pessoa impecável e um valor do país” e o “o que posso dizer é que a Europa demorou muito tempo a atacar o problema da Grécia que foi alastrando”. Entre o “desde o momento em que os dois colossos brasileiros, Camargo Corrêa e Votorantim, entraram na Cimpor, o jogo já estava com as cartas marcadas, já seria muito difícil a alguém em Portugal defender a empresa” e o “é preciso encontrar parceiros que compreendam que Portugal é um valor acrescentado na sua expansão internacional e por isso é bom estarem associados a empresas portuguesas”. Entre o “fomos compelidos a fazer estes reforços de capital brutais para cumprir os rácios impostos pelos supervisores bancários” e o “quem pode, pode, quem não pode, obedece – as decisões foram tomadas a nível central europeu”. Entre o “acredito que uma solução de mercado é melhor para os acionistas do BES do que uma solução do Estado” e o “fomos analisar aumentos de capital anteriores e os descontos aplicados apontaram para este cenário [desconto de 66% nas novas ações]”.
Claro que Ricardo
Salgado é parte de um sistema e joga de acordo com as suas regras de
funcionamento. Mas com armas que são tudo menos irrelevantes, da lucidez da
inteligência ao esforço do profissionalismo…
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