Sei bem quão grave e complexa é a situação real da França e quanto ela dispensaria o “catálogo de medidas fora de contexto” que dominou a primeira volta da campanha presidencial. Mas, limitando-me a editoriais de ontem, prefiro a lucidez analítica de Pedro Santos Guerreiro (PSG, “Jornal de Negócios”) ao trauma ideológico de José Manuel Fernandes (JMF, “Público”), ou seja, compreendo melhor o sentido e a eficácia de uma asserção como a de que “o seu futuro está a ser decidido em Paris, nas [cruciais] eleições francesas” do que a declaração inútil e extemporânea de que “Sarkozy foi mau Presidente, Hollande consegue ser um candidato com ainda piores ideias”.
É por isso que
espero que estejamos mesmo na “véspera de Waterloo” (recorrendo à feliz ilustração
de Dave Brown no “The Independent” de hoje, http://www.independent.co.uk). Ainda
que com esta França que Eric Le Boucher tão bem caracterizava num artigo de ontem
(“Les Échos”) que apropriadamente intitulou “Réveil le 7 mai”: “o único país que não faz exames de consciência”, insistindo no
credo da sua bela ‘exceção’”, onde a política “está dramaticamente atrasada
enquanto forma de pensamento”, mergulhado “na utopia, no pensamento mágico e
nos mitos” e com candidatos “inspirados por soluções de um mundo não
pós-liberal mas pré-liberal”.
Sem comentários:
Enviar um comentário