quinta-feira, 19 de abril de 2012

UMA LIVRARIA DE BAIRRO



Numa altura em que a iniciativa Bairro dos Livros parece trazer ao Porto a dinâmica de um “quarteirão cultural” de que a Cidade bem precisa, é com prazer de nativo emprestado (mais propriamente de casamento) que apresento aqui o projeto de uma típica livraria de bairro, em Vila Nova de Gaia. Tem um nome sugestivo, Velhotes, situa-se a duzentos metros de minha casa e bem colada a uma renovada (em bom tempo) Escola Secundária António Sérgio, que dá gosto ver. É nestas pequenas coisas que a mal amada Vila Nova de Gaia vai fazendo cidade e uma livraria de bairro é uma peça crucial nessa construção.
Quem tiver filhos ou netos em idade de iniciação à leitura vale a pena visitar a livraria que tem uma das melhores coleções de livros infantis que conheço, para além da presença habitual de outras criações de artistas ilustradores que lhe assegura alguma diferenciação.
Uma prática diversificada de exposições de pequena escala constitui outra marca diferenciadora do espaço. Por todos esses elementos se vê que a Velhotes conta com capacidade de iniciativa jovem e descentralizada, recurso escasso e fundamental em todos estes processos de fazer cidade.
Uma esplanada agradável de um café ao lado completa ao quadro. Ruidosa em tempo de aulas, mas extremamente atrativa em tempos mortos de escola ou ao fim de semana, os espaços completam-se e constroem uma pequena atmosfera, pontual, de cidade, talvez num dos espaços mais preservados da velha e urbana Vila Nova de Gaia.

A nova exposição que abre no próximo sábado, 21 de Abril de 2012 é sugestiva: "
"de olho na RUA inclui trabalhos nas áreas da ilustração, fotografia, design gráfico e street art / graffiti e pretende dar a conhecer o trabalho do colectivo RUA, transpondo linguagens e actividades artísticas urbanas normalmente associadas a espaços públicos – a rua - para um espaço mais intimo".

Podem ter uma ideia da dinâmica do projeto consultando a página da livraria: www.velhotes.com
 

2 comentários:

  1. Parabéns por mais uma iniciativa, em torno do desenvolvimento literácito de cada pessoa, integrando-a numa interessante leitura da «rua» como espaço público/privado de partilha cidadã.
    Votos de felicidades neste movimento empreendedor, bem próprio de quem consegue ver, de outro modo, os modos entediantes de estar apático na vida.Oxalá tenha «vizinhos» interessados e interessantes.
    Amélia Macedo

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  2. Não sou vizinha do António Figueiredo, mas amiga da família, de longa data, e nascida em Vila Nova de Gaia.
    Obrigada pela divulgação desta iniciativa, Tó Manel.
    A livraria está um espaço muito agrável.
    Vou visitar a exposição e tentar levar « amigos interessados e interessantes »

    Um abraço com a amizade da Nani

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