“Vitor Constâncio não exclui a possibilidade de um segundo resgate financeiro”, assim caíu a “bomba” que a nossa comunicação social quis ver alegadamente largada pelo atual vice-presidente do BCE em Copenhaga, à margem da reunião informal dos ministros das Finanças da União Europeia.
Só que Constâncio tinha ouvido, dois dias antes, a lição de Gaspar (ver post anterior) e, quando interrogado sobre a possibilidade de Portugal vir a precisar de um segundo programa de ajustamento económico, apenas tinha declarado: “Temos visto felizmente nas últimas semanas que os ‘spreads’ da dívida portuguesa tèm baixado e evoluído na boa direção. Essa questão só se põe, como sabe, em Setembro do próximo ano. Até lá, temos de avaliar em geral como é que este progresso que agora se conseguiu se consolida, tornando portanto possível o regresso ao mercado sem existir um segundo programa. É uma questão que tem de estar sempre em avaliação, mas depende fundamentalmente do desempenho do país no cumprimento do programa que está acordado com as autoridades europeias e a percepção dos mercados que, felizmente, tem melhorado nos últimos tempos.” E perante uma insistência jornalística (“mas não descarta essa possibilidade…”), só tinha concluído: "Está tudo sempre debaixo de análise e dependente da evolução das situações concretas nos mercados financeiros".
Análise concreta da situação concreta, pois. E, já agora também, a ideia de que a “catástrofe” não estará assim tão iminente que implique urgência em que se considerem os meios de a conjurar…
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