O processo que
conduzirá à nova Presidência do Banco Mundial está ao rubro. A escolha da
personalidade que terá a responsabilidade de adaptar a organização aos novos
rumos da globalização, à evolução das economias emergentes, à necessidade de
manter o objetivo central de redução da pobreza não é uma opção neutral.
A candidatura do
economista do desenvolvimento José António Ocampo, colombiano, com experiência
de governação no seu país, experiência na velhinha CEPAL (Comissão Económica
para a América Latina) de cuja herança todos os economistas do desenvolvimento
se reivindicam e atualmente professor da Universidade de Colúmbia em Nova
Iorque enche-me de orgulho, embora não venha a ser necessariamente o escolhido.
No meu curso de Globalização e Desenvolvimento Económico era um autor de eleição,
sempre apresentado aos alunos como um exemplo relevante de soluções para a
governação da economia mundial.
Tal como Ocampo sustenta no seu artigo do Financial Times, é um economista que sempre se
movimentou entre a política económica e a academia, percorrendo todas as áreas
da política de desenvolvimento, a económica, a social, a ambiental e a política.
Ocampo é um dos animadores com Stiglitz de uma das mais relevantes iniciativas
editoriais e de investigação sobre os rumos do desenvolvimento mundial – The Initiative for Policy Dialogue Series,
publicada pela Oxford University Press. Não tenho dúvidas de que é em torno
deste tipo de perfil que pode construir-se uma alternativa para as políticas de
desenvolvimento a nível mundial, crucial para a sustentabilidade da economia
mundial e uma esperança para a profissão. O Guardian também o considera. A economia do desenvolvimento não
desapareceu, de facto.
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