quarta-feira, 15 de abril de 2015

ADIVINHEM QUEM ESCREVEU?




Um enigma para acabar a noite, de festa justíssima para os lados das Antas.

Um excerto:

“ (…) Agora, a escola que acredita no ajustamento automático assume de facto que a taxa de juro se ajusta mais ou menos automaticamente, de modo a estimular a quantidade certa de produção de bens de capital para manter os nossos rendimentos ao máximo nível que as nossas energias e organização e o nosso conhecimento de como produzir eficientemente são capazes de proporcionar. Isto é, todavia, um mero pressuposto. Não há qualquer razão para acreditar que seja verdadeiro. Uma quantidade moderada de observação dos factos, não encoberta por preconceitos, basta para mostrar que não é razoável admitir tal coisa. Aqueles, que estão comigo deste lado da barricada, que me atrevo a descrever como meio-certos e meio-errados compreenderam isto; e concluíram que a única solução para nós é alterar a distribuição do rendimento e alterar os nossos hábitos de modo a aumentar a propensão para gastar os nossos rendimentos através do consumo corrente. Concordo com eles que isso seria a solução. Mas discordo quando vão mais além e argumentam que é a única solução. Porque há uma alternativa, designadamente, aumentar a produção de bens e capital reduzindo a taxa de juro e por outras vias.
Quando a taxa de juro desceu para níveis muito baixos e aí permaneceu tempo suficiente para mostrar que não há mais produção de capital que valha a pena a uma taxa tão baixa, então concordarei que os factos apontam para a necessidade de mudanças sociais drásticas direcionadas para o aumento do consumo. Porque nessa situação tornar-se-á claro que temos um stock de capital demasiado grande em função do grau de utilização que lhe podemos dar. (…)

O texto foi escrito em 1934 no âmbito de uma comunicação na BBC. Pela data e pelo teor do texto, claro está que foi John Maynard Keynes quem escreveu o texto.

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