domingo, 5 de abril de 2015

ANTÓNIO SAMPAIO DA NÓVOA




Estava escrito nos astros. António Sampaio da Nóvoa (ASN) certamente que está preparado para aguentar alarvidades assassinas como aquela que o DN Política assinala a partir das afirmações de Sérgio Sousa Pinto (SSP), a propósito do ainda putativo candidato à Presidência da República, presumivelmente apoiado pelo Partido Socialista, atendendo às peças que se movimentam no tabuleiro. A forma canhestra como o PS de António Costa não clarificou a tempo a questão das presidenciais abate-se agora como um frágil lego em função dos espirros de estupidez que se têm sucedido, desde por exemplo avançar com o nome de Maria de Belém Roseira para o putativo cargo. Pela notícia do DN, fica-se a saber que SSP se insurge contra o facto de ASN nunca se ter metido com partidos (a expressão é aliás muito feliz e SSP lá sabe do que fala quando refere meter-se com partidos) e associa ASN a uma entrada pelas traseiras da demagogia podemos-latino-americana.

Como diria o veneno de Vasco Pulido Valente, da luminária SSP sabe-se pouco em termos de contributo efetivo para a democracia portuguesa e desconhece-se o que esta criatura teria produzido na sociedade se não se tivesse metido com o PS até à medula. A personalidade evidencia não ter compreendido o que vai emergindo na sociedade portuguesa relativamente às forças políticas da governação e parece ter-se esgotado em algumas causas fraturantes que já não o são.

Não vou comentar a putativa candidatura de ASN já que ela ainda não se manifestou, mas tenho elementos que me sugerem que ela vá acontecer, sobretudo conhecendo a sua personalidade que se sente interpelada após longos anos de serviço público, sobretudo pelo desconchavo a que tudo isto foi conduzido por gente que se mete com partidos. A presumível candidatura de ASN parte de um nível muito baixo de notoriedade entre quem ganha de facto eleições, sobretudo quando comparado com a de Marcelo Rebelo de Sousa, acaso este também se decida a incomodar a geração PSD atualmente no poder. Esse baixo nível de notoriedade pode não dar para numa segunda volta agregar a esquerda e corre o risco de dar a vitória a MRS numa primeira volta, com a esquerda como é tradição totalmente atomizada em função de egos e minutinhos de fama mediática, tudo isto sem fazer futurologia como estará o ambiente político após as legislativas.

Para quem como eu, também na escala dos 60, nunca se meteu com partidos e nunca pediu um favorzinho que fosse ao PS (o que deixa esta gente algo desamparada quando há alguma colaboração, habituada que está a que lhe peçam favorzinhos, que são a sua razão de existência), apoiar ASN é qualquer coisa de natural, sobretudo antecipando o que poderiam ser as personalidades partidárias que o PS poderia arregimentar para as presidenciais.

E já que a eleição de deputados para as legislativas não é por círculo eleitoral restrito só espero que a alarvidade de SSP não apareça candidata pelo distrito em que votarei. Nesse caso, meu caro António Costa teria muita dificuldade em aceitar a presença desse dano colateral.

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