Estava escrito nos astros. António Sampaio da Nóvoa (ASN)
certamente que está preparado para aguentar alarvidades assassinas como aquela
que o DN Política assinala a partir das afirmações de Sérgio Sousa Pinto (SSP),
a propósito do ainda putativo candidato à Presidência da República, presumivelmente
apoiado pelo Partido Socialista, atendendo às peças que se movimentam no
tabuleiro. A forma canhestra como o PS de António Costa não clarificou a tempo
a questão das presidenciais abate-se agora como um frágil lego em função dos
espirros de estupidez que se têm sucedido, desde por exemplo avançar com o nome
de Maria de Belém Roseira para o putativo cargo. Pela notícia do DN, fica-se a
saber que SSP se insurge contra o facto de ASN nunca se ter metido com partidos
(a expressão é aliás muito feliz e SSP lá sabe do que fala quando refere
meter-se com partidos) e associa ASN a uma entrada pelas traseiras da demagogia
podemos-latino-americana.
Como diria o veneno de Vasco Pulido Valente, da luminária
SSP sabe-se pouco em termos de contributo efetivo para a democracia portuguesa
e desconhece-se o que esta criatura teria produzido na sociedade se não se
tivesse metido com o PS até à medula. A personalidade evidencia não ter
compreendido o que vai emergindo na sociedade portuguesa relativamente às
forças políticas da governação e parece ter-se esgotado em algumas causas
fraturantes que já não o são.
Não vou comentar a putativa candidatura de ASN já que ela
ainda não se manifestou, mas tenho elementos que me sugerem que ela vá
acontecer, sobretudo conhecendo a sua personalidade que se sente interpelada após
longos anos de serviço público, sobretudo pelo desconchavo a que tudo isto foi
conduzido por gente que se mete com partidos. A presumível candidatura de ASN
parte de um nível muito baixo de notoriedade entre quem ganha de facto eleições,
sobretudo quando comparado com a de Marcelo Rebelo de Sousa, acaso este também
se decida a incomodar a geração PSD atualmente no poder. Esse baixo nível de
notoriedade pode não dar para numa segunda volta agregar a esquerda e corre o
risco de dar a vitória a MRS numa primeira volta, com a esquerda como é tradição
totalmente atomizada em função de egos e minutinhos de fama mediática, tudo
isto sem fazer futurologia como estará o ambiente político após as
legislativas.
Para quem como eu, também na escala dos 60, nunca se
meteu com partidos e nunca pediu um favorzinho que fosse ao PS (o que deixa esta
gente algo desamparada quando há alguma colaboração, habituada que está a que
lhe peçam favorzinhos, que são a sua razão de existência), apoiar ASN é
qualquer coisa de natural, sobretudo antecipando o que poderiam ser as
personalidades partidárias que o PS poderia arregimentar para as presidenciais.
E já que a eleição de deputados para as legislativas não é
por círculo eleitoral restrito só espero que a alarvidade de SSP não apareça
candidata pelo distrito em que votarei. Nesse caso, meu caro António Costa
teria muita dificuldade em aceitar a presença desse dano colateral.
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