sexta-feira, 24 de abril de 2015

COM DEPUTADOS DESTES …




A elaboração a cargo do deputado Pedro Saraiva (PSD e ex-Presidente da CCDR Centro) da síntese dos trabalhos do inquérito parlamentar ao caso BES/GES devolveu, por momentos, aos deputados presentes na Assembleia da República, pelo menos os representados no referido inquérito, uma auréola de seriedade, competência e sobretudo trabalho. A luta política já em marcha sobre as condições da aprovação no Parlamento que os diferentes partidos vão colocar, apesar da não razoabilidade de algumas das posições (a posição do PCP é simplesmente patética ao colocar no mesmo nível de culpa Salgado, reguladores e sistema financeiro em geral e é tanto mais patética quanto é animada por um deputado bem jovem), não irá apagar essa imagem de competência que os trabalhos revelaram.

Mas foi sol de pouca dura. A trapalhada que o PSD, o CDS e o PS estão a protagonizar com o abortado anúncio de proposta legislativa para “regular” (expressão soft para o que os textos conhecidos anunciavam) a cobertura jornalística das próximas legislativas por parte dos órgãos de comunicação social é um verdadeiro hino à estupidez e impreparação. Que Carlos Abreu Amorim esteja nesta trapalhada já não me espanta. Mas que Inês Medeiros tenha deixado associar o nome do PS a esta trapalhada e a esta junção de interesses e de forças com os partidos da maioria revela a mais completa ausência de sentido e de feeling político, sobretudo numa caminhada em que é vital marcar diferenças face à maioria que se pretende combater e vencer. E revela um modelo de gestão do grupo parlamentar demasiado amador para os tempos de desafio que vão correndo.

Por outro lado, que o governo da maioria é perito nestas coisas de lançar para a opinião pública medidas e ações cuja exequibilidade e animosidade de respostas pretende avaliar já o sabíamos. Mas que os deputados da República o façam antes de concretizarem o seu trabalho legislativo é novidade e que patética novidade. E fazê-lo na antecâmara do 25 de abril, então é incompetência dos mais incompetentes.

Com deputados destes, António Costa que se cuide. A interrupção dos trabalhos para férias parlamentares ainda vem longe e talvez umas ações de formação se justifiquem.

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