O suplemento económico de domingo do El País, Negócios, é
dos melhores suplementos económicos que conheço, pois combina informação
relevante sobre o mundo empresarial com artigos, alguns deles traduzidos, que
versam sobre a realidade económica mundial.
Na edição de ontem, pode ler-se informação bem relevante
sobre as atividades do grupo SONAE em Espanha, que dão conta do outro lado
menos conhecido do grupo agora dirigido por Paulo Azevedo. E as notícias não são
famosas a fazer fé pelas dificuldades, talvez passageiras, por que passa o
grupo, sobretudo com a situação da Worten no mercado espanhol. Apesar dos
registos conhecidos evidenciarem um contínuo aumento do volume de negócios para
o conjunto das lojas de eletrodomésticos e de eletrónica em Espanha, as perdas
observadas em 2013 ascenderam a 76 milhões de euros e o jornal dá conta de uma
injeção de capital de 100 milhões de euros anunciada no Registo Comercial
Espanhol na passada segunda-feira, operação que o grupo assinala como de
resposta à expansão das vendas mas que é também fruto da situação líquida
negativa da Worten no país vizinho.
Para lá da simples curiosidade da informação sobre a
internacionalização de proximidade do grupo SONAE, a questão é relevante do
ponto de vista da capacidade nacional de vencer as habituais dificuldades reservadas
ao investimento português na instalação de cadeias de distribuição de bens de
consumo em Espanha, o que sempre interpretei como o resultado de barreiras
institucionais e administrativas em que o mercado espanhol é pródigo. O facto
de se saber em futuro próximo se a capacidade empresarial do grupo SONAE é
suficiente para superar esse ambiente adverso é de grande importância para
avaliar do realismo com que alguns economistas consideram ser o mercado
espanhol uma extensão natural do mercado nacional.
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