segunda-feira, 13 de abril de 2015

PERDAS NO MERCADO ESPANHOL



O suplemento económico de domingo do El País, Negócios, é dos melhores suplementos económicos que conheço, pois combina informação relevante sobre o mundo empresarial com artigos, alguns deles traduzidos, que versam sobre a realidade económica mundial.

Na edição de ontem, pode ler-se informação bem relevante sobre as atividades do grupo SONAE em Espanha, que dão conta do outro lado menos conhecido do grupo agora dirigido por Paulo Azevedo. E as notícias não são famosas a fazer fé pelas dificuldades, talvez passageiras, por que passa o grupo, sobretudo com a situação da Worten no mercado espanhol. Apesar dos registos conhecidos evidenciarem um contínuo aumento do volume de negócios para o conjunto das lojas de eletrodomésticos e de eletrónica em Espanha, as perdas observadas em 2013 ascenderam a 76 milhões de euros e o jornal dá conta de uma injeção de capital de 100 milhões de euros anunciada no Registo Comercial Espanhol na passada segunda-feira, operação que o grupo assinala como de resposta à expansão das vendas mas que é também fruto da situação líquida negativa da Worten no país vizinho.

Para lá da simples curiosidade da informação sobre a internacionalização de proximidade do grupo SONAE, a questão é relevante do ponto de vista da capacidade nacional de vencer as habituais dificuldades reservadas ao investimento português na instalação de cadeias de distribuição de bens de consumo em Espanha, o que sempre interpretei como o resultado de barreiras institucionais e administrativas em que o mercado espanhol é pródigo. O facto de se saber em futuro próximo se a capacidade empresarial do grupo SONAE é suficiente para superar esse ambiente adverso é de grande importância para avaliar do realismo com que alguns economistas consideram ser o mercado espanhol uma extensão natural do mercado nacional.

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