Na Visão desta semana a crónica de José Gil sobre a tragédia
do voo Barcelona-Dusseldorf traz-nos a plenitude da filosofia. Cito apenas o
parágrafo final, em que Gil disserta sobre o significado da morte de Lubitz em
contraponto aos exemplos de mortes individuais que servem a comunidade:
“A morte-nada que
desejou para ele, invadiu a sua cabina, apagou a humanidade dos passageiros e
Lubitz pôde assassiná-los friamente. O nada da sua morte deu-lhe a
irresponsabilidade total para executar um homicídio colectivo. Não é o nada da
morte de Deus, mas, como diria Foucault, da morte do homem. Que essa morte se
inscreva tão fortemente na vida, que ela possa surgir como nada radical nas
cabeças dos indivíduos é sinal do niilismo terrível e avassalador dos tempos de
hoje.”
A morte-nada como sinal dos tempos de hoje? Simplesmente
aterrador.
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