domingo, 26 de abril de 2015

O ROMANCE DE ALDINA



A semana começa a 27 de abril e começa bem com a publicação do último disco de Aldina Duarte, ROMANCE.

O fado para mim é Aldina, Aldina Duarte e devo-o a algumas crónicas deliciosas do saudoso Eduardo Prado Coelho. Não conheço outra intérprete do fado com consciência política tão sólida como Aldina e vê-la ao vivo, como uma estátua que assume vários estados de espírito, de resignação, de luta, gingona, de amores loucos e impossíveis, como a vi num espetáculo da Casa da Música, impressiona. Não imagino o que será uma atuação de Aldina no ambiente restrito de uma casa de fados ou em serões animados pelo já desaparecido Marquês de Fronteira.

Um qualquer disco de Aldina é um convite à poesia. O Contos de Fados (essencialmente com poemas de Manuela de Freitas) e o Crua (com poemas de João Monges) são livros de poesia que se devoram ouvindo.

Amanhã é publicada uma nova incursão de Aldina pela originalidade que o fado ainda contém, o que parece milagre, num trabalho assinado por Maria do Rosário Pedreira que constrói em dois discos uma história com laivos de Tchekov que vamos ouvir com devoção. E para aguçar a imaginação, Pedro Gonçalves dos Dead Combo produz o disco.

Uma boa forma de começar a semana.

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