sexta-feira, 17 de abril de 2015

CHEGOU A VEZ DE GISELE


Aos 34 anos e após 20 anos de carreira, a “mulher mais bonita do mundo” – assim foi considerada em 2000 pela revista “Rolling Stone” – e a “modelo mais bem paga do mundo” – assim é referenciada há oito anos pela revista “Forbes” – sai de cena para se dedicar à família – ela é casada com um ídolo do futebol americano, Tom Brady, e tem um casal de filhos com 5 e 3 anos de idade – e a outras atividades de cariz empresarial ou social.

E eu com isso, exclamarão com propriedade os mais impacientes leitores destes nossos gatafunhos. O homem passou-se, admitirão algo apressadamente os mais fiéis leitores destes nossos escritos. Afinal, tudo é bastante simples: trata-se apenas de, no pleno gozo dos meus direitos de bloguista e três anos e meio depois de aqui ter iniciado tão nobre “profissão”, ter entendido aproveitar a oportunidade decorrente do anúncio de “aposentadoria” de Gisele Caroline Bündchen para proclamar quanto o facto de tendermos a privilegiar as matérias do espírito não implica que descuremos – e estou certo de que o António Figueiredo anuirá a este meu emprego do plural – os assuntos do corpo e, dentro destes, os mais tocados pela dimensão estética. Lembrando Vinicius de Moraes (“Receita de Mulher”): “As muito feias que me perdoem / Mas beleza é fundamental. / É preciso que haja qualquer coisa de flor em tudo isso / Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture / Em tudo isso (...)”. E assim me pus a percorrer, reconheço que com o profundo agrado de quem acede a essa tal beleza que é fundamental, alguns testemunhos visuais relativos à presença pública da gaúcha nestas duas décadas, tendo acabado por selecionar sem grande critério palpável de coerência os que abaixo reproduzo: a primeira e a última aparição de Gisele, expressões faciais diferenciadas no tempo, registos caricaturais diversos, um momento entre muitos e as suas três entradas no desfile de anteontem da “São Paulo Fashion Week”.






Chegado aqui, exercício concluído e mágoas carpidas portanto, voltei a recordar Vinicius. Agora o do “Soneto da Mulher Ideal”, que dizia assim: “Pra fazer poesia / Tem que ter inspiração / Se forçar... / Nunca vai ficar boa // Se não.. / É como amar uma mulher só linda / E dai!?? // Uma mulher tem que ter alguma coisa além da beleza / Qualquer coisa feliz / Qualquer coisa que ri / Qualquer coisa que sente saudade // Um pedaço de amor derramado / Uma beleza... / Que vem da tristeza / Que faz um homem que como eu sonhar // Tem que saber amar / saber sofrer pelo seu amor / E ser só perdão”. Não obstante o poeta ser “um macaco”, que até teve nove mulheres oficializadas, é justo o espírito da palavra que nos deixou – que não necessariamente toda a respetiva letra...

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