terça-feira, 14 de abril de 2015

UMA TENDÊNCIA POUCO COMENTADA




Voltaremos ao tema em próximos posts e o tema em causa é ainda o ambiente de taxas de juro nominais muito baixas ou mesmo negativas, o que tem levado inúmeros economistas a um intenso debate sobre o que realmente significa o excesso de poupança disponível face ao investimento desejado, mesmo que tratemos o problema a nível da economia global: poupança disponível versus investimento que se perfile qualquer que seja a economia em que ele se manifeste. Aproveitaremos este tema para em próximos posts comentar um dos karmas com que os macroeconomistas se confrontam: discutir uma taxa, a taxa real de juro de equilíbrio, que não é observável e que por isso tem de ser estimada com toda a série de peripécias e interrogações que documentaremos proximamente após uma arrumação de ideias e de pesquisa que o tema exige.

Pois por agora fica uma tendência pouco comentada e que tem uma enorme influência na debilidade do investimento que se manifesta, a evolução do preço relativo do capital, que não tem deixado continuamente de descer e que para a economia americana aparece documentado neste gráfico preparado por Robert Gordon. A contínua descida do preço relativo do capital faz com que seja necessária uma massa de recursos de PIB sucessivamente mais baixo para conseguir a mesma intensidade de investimento. O que significa que a pulsão introduzida pelo investimento tem de ser suficientemente forte para compensar a descida do preço relativo dos bens de capital e com isso fazer aumentar a taxa de investimento para a poupança disponível. Podemos discutir o que é que podem ser as condições apropriadas para criar essa pulsão do investimento. O que sabemos é que o conseguir através de uma continuada descida do preço do trabalho não colhe, apesar das nossas ilustres luminárias da maioria.

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