Voltaremos ao tema em próximos posts e o tema em causa é
ainda o ambiente de taxas de juro nominais muito baixas ou mesmo negativas, o
que tem levado inúmeros economistas a um intenso debate sobre o que realmente
significa o excesso de poupança disponível face ao investimento desejado, mesmo
que tratemos o problema a nível da economia global: poupança disponível versus
investimento que se perfile qualquer que seja a economia em que ele se
manifeste. Aproveitaremos este tema para em próximos posts comentar um dos
karmas com que os macroeconomistas se confrontam: discutir uma taxa, a taxa
real de juro de equilíbrio, que não é observável e que por isso tem de ser
estimada com toda a série de peripécias e interrogações que documentaremos
proximamente após uma arrumação de ideias e de pesquisa que o tema exige.
Pois por agora fica uma tendência pouco comentada e que
tem uma enorme influência na debilidade do investimento que se manifesta, a evolução
do preço relativo do capital, que não tem deixado continuamente de descer e que
para a economia americana aparece documentado neste gráfico preparado por
Robert Gordon. A contínua descida do preço relativo do capital faz com que seja
necessária uma massa de recursos de PIB sucessivamente mais baixo para
conseguir a mesma intensidade de investimento. O que significa que a pulsão
introduzida pelo investimento tem de ser suficientemente forte para compensar a
descida do preço relativo dos bens de capital e com isso fazer aumentar a taxa
de investimento para a poupança disponível. Podemos discutir o que é que podem
ser as condições apropriadas para criar essa pulsão do investimento. O que
sabemos é que o conseguir através de uma continuada descida do preço do
trabalho não colhe, apesar das nossas ilustres luminárias da maioria.
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