domingo, 26 de abril de 2015

FACTOS REAIS PARA USO DE PORTISTAS FERIDOS


Ainda azoratados pelo grave atropelamento da Baviera, onde a demonstração de inexperiência de Lopetegui – o erro dele não esteve na opção por Diego Reyes em alternativa a Ricardo mas na opção por uma tática triunfalista, assente num 4x3x3 com dois extremos abertos, em vez de uma outra que lhe reforçasse o meio-campo num jogo em que não contava com os seus defesas laterais titulares e para o qual partia com dois golos de vantagem – acabou por se revelar maior do que a dos seus chavales, os azuis-e-brancos jogam hoje a sua última cartada do ano futebolístico na Luz. Nas atuais circunstâncias, há de ser o que Deus e Jesus quiserem – e se a tradição democrática (veja-se a seguinte infografia do JN sobre o balanço do “clássico” e dos troféus conquistados antes e depois do 25 de abril) pudesse ajudar...


Volto àqueles 6 a 1, na procura de algum consolo. E investigo em torno de resultados desnivelados ocorridos na história da Liga dos Campeões, com base na seguinte metodologia em dois tempos: primeiro, selecionar os clubes, que verifiquei serem 51, que alguma vez marcaram presença nuns Quartos-de-Final da prova (primeiro quadro abaixo) na perspetiva lapalissiana de que só lá perdem os que lá chegam; segundo, pescar as goleadas ocorridas em fases avançadas da competição (Oitavos-de-Final em diante) ou sofridas em fases de grupos por algum daqueles 51 clubes acima identificados (segundo quadro abaixo).


Tendo ficado fora dos critérios aqueles 8 a 0 que o Liverpool infringiu aos turcos do Besiktas em 2007/08, resulta todavia à vista desarmada que sete equipas de alguma nomeada já levaram pancada maior do que aquela com que os bávaros presentearam os “Dragões”, a saber: Shakhtar Donetsk, F.C.Basel, Olympiacos, A.S. Roma (1-7 por duas vezes), Bayer Leverkusen, Sporting e Werder Bremen. Depois, que levaram corretivo equivalente outras três (Schalke 04, Galatasaray e Celtic Glasgow). E, ainda, que até os grandes colossos europeus já tiveram noites más com derrotas pela diferença de quatro golos (três vezes o A.C. Milan, duas vezes o Bayern Munique e uma vez o Chelsea, o Barcelona ou o Real Madrid, nomeadamente).

Em suma, e não podendo ser aqui deixada em claro a humilhação sofrida pelos nossos principais rivais nacionais aqui bem perto, na Galiza, aos pés do Celta de Vigo (0-7 numa eliminatória da Taça UEFA da época 1999/2000) e aquela que terá sido a maior e mais inesperada humilhação de sempre, que foi a sofrida pelo Brasil ao ser derrotado em casa por 7 a 1 pela Alemanha na meia-final da Copa do Mundo, é forçoso concluir que o pior pode acontecer aos mais pintados ou até mesmo aos melhores. E o meu F.C.Porto colocou-se objetivamente dentro do pequeno conjunto dos que mais se destacam, como bem demonstra aquele seu oitavo lugar no ranking europeu dos clubes que já atingiram Quartos-de-Final na Champions (sete vezes no caso). Mas lá que não havia necessidade de se terem posto a jeito de permitir aquele excesso de Munique, essa é também uma outra verdade insofismável...

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