Hoje em Santiago de Compostela um
debate rico e bem animado sobre as tendências estruturais a nível de demografia
e de ordenamento do território que atravessam o futuro da Euro-Região.
Sob a coordenação de José Luís Barreiro
Rivas, Professor Titular da Universidade de Santiago de Compostela, a jovem
equipa da Agência de Ecologia Urbana do Eixo Atlântico acolhida pela
Conselheria do Meio Ambiente da Xunta de Galicia animou um debate com a
participação de Francisco Cardenas, chefe de programação da Agência de Ecologia
Urbana de Barcelona, dos Professores Titulares Albino Prada (Universidade de
Vigo), Edelmiro López Iglesias (Universidade de Santiago) e Martin Fernández
Prado (Universidade da Corunha), agora também com responsabilidades de vereação
na nova equipa do Ayuntamiento da Corunha, eu próprio e Emílio Fernández
Suarez, Professor Titular da Universidade de Vigo que trouxe a perspetiva da
biologia e da sustentabilidade.
Português e nortenho, só mas bem
acompanhado por uma inteligência galega que continua a manter bem viva a utopia
da Euro-região e a assume na sua diversidade. E aqui é surpreendente e
sobretudo tocante a atenção que o pensamento galego atribui a este tema, por
vezes incrédulo face à desvalorização que a inteligência nortenha (será que
existe mesmo? Cada vez estou mais cético e com a sensação dos últimos
mohicanos).
Uma grande convergência que diria
estrutural acerca das tendências demográficas e de ordenamento que atravessam
este território da utopia sobretudo galega. Algumas ideias fortes que vale a
pena reter, pois traduzem uma ampla convergência de investigação e práticas
sobre as matérias do ordenamento e do desenvolvimento regional.
Em primeiro lugar, a ideia de que a
queda da taxa de fertilidade e o contexto de envelhecimento são fenómenos de
longo prazo com os quais a Euro-região terá de conviver no seu futuro a duas décadas.
Trata-se de uma transição demográfica sobre a qual poderemos talvez dizer que se
processou mais rapidamente do que o esperado. Mas uma transição anunciada. A
procura de ritmos de fertilidade mais propensos pelo menos a reproduzir a
população atual dependerá de dois fatores essenciais: a recuperação dos níveis de
confiança no futuro económico das próximas gerações e uma ideia fulcral
avançada por Edelmiro López: é necessária a socialização acrescida dos custos
da decisão de casar e ter filhos, não apenas por via de políticas públicas,
também por socialização empresarial de organização do tempo e das relações de
trabalho de modo a assegurar uma melhor convivência do trabalho (sobretudo da
mulher) com a fertilidade.
Grande convergência também ao nível das
questões da baixa densidade e da necessidade de distinção entre dispersão e
invertebração do território, reforçando a ideia de que é necessário partir do
modelo de ordenamento existente e nele definir margens de transformação possível.
Voltarei ao assunto.
Amanhã, o meu objetivo, do Eixo e da Câmara
Municipal de Viana é criar com o Fórum um espaço de debate regular, de animação
de ideias, de antecipação dos grandes trends
que vão marcar a vida urbana e sobretudo os modelos de gestão e governação das
cidades e dos territórios que são estruturados a partir destas últimas. A edição
do Fórum de amanhã será o começo de uma dinâmica que se pretende regular e
constitui uma das primeiras iniciativas de discussão do próximo período de
programação e da aplicação a Portugal da Estratégia Europa 2020.
Espero por isso que mais gente passe a
ir a Viana, regularmente.
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