No mesmo programa a que aludo no post anterior, Marques Mendes atribuiu um sinal menos a Eduardo Catroga (acima também caricaturado por Fernão Campos em http://ositiodosdesenhos.blogspot.com). Mostrando uma assertividade que não deixa lugar a quaisquer dúvidas quanto ao facto de Catroga já estar “por sua conta”: “Liderou a comissão do PSD que andou a tratar a questão do memorando da troika com a troika, e aí achou o memorando fantástico, designadamente naquilo que o memorando tem de dizer que é preciso baixar as rendas da energia. Agora, como é chairman da EDP, já acha que não há rendas excessivas e já acha que, se existirem, isso até é bom para o Estado. Para uma pessoa se afirmar com credibilidade na opinião pública, não chega ser-se competente e ser-se sério, coisa que ele é, é preciso também ser-se coerente. E, portanto, eu julgo que ele tem de ter um bocadinho mais em atenção … Não lhe ficava nada mal dizer: eu penso isto, mas agora que estou aqui na EDP eu tenho que me ajustar um bocadinho. Agora fazer um pouco de todos nós parvos a dizer que não aconteceu nada e que não mudou de opinião…”
No mesmo dia em que, uma hora antes, uma nota das Finanças clarificava que os novos acionistas da EDP (China Three Gorges) e da REN (State Grid e Oman Oil Company) vão receber 180 milhões de euros em dividendos relativos a 2011, cabendo ao Estado arrecadar cerca de 35 milhões de euros relativos ao capital que manterá naquelas empresas. Mais um episódio do “programa a não perder” (posts de 1 de Dezembro de 2011 e de 10 de Janeiro de 2012) que as privatizações prometiam. Podendo não estar em causa a legalidade formal, está-o pelo menos a informação ao cidadão e a transparência. Uma novela que está ainda longe do fim e que continua a merecer ser seguida “em horário nobre”…
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