Pedro Santana Lopes (acima caricaturado por Fernão Campos em http://ositiodosdesenhos.blogspot.com) é um “sempre em pé”, um eterno sobrevivente na política portuguesa. O que também decorre de alguns méritos. Porque, sendo um voluntarista estratega de si próprio, é sobretudo um incorrigível (embora arguto) tacticista. A sua entrevista de hoje ao “Expresso” demonstra-o exemplarmente.
O homem diz que tem “incapacidade para compreender alguma inércia [‘tão pouca ação’ de António Costa]”. O homem diz que Mário Soares é, para si, “uma inspiração”. O homem diz, sobre Cavaco, que “não, não sei explicar, não quero explicar, não posso explicar”. O homem diz que “as declarações do professor Marcelo revelam que ele pensa muito em presidenciais”. O homem diz que a sua relação com Durão “não piorou nem melhorou” e que estes “não são tempos fáceis para ele”. E o homem até diz que “se não tem acontecido o que aconteceu em 2005”…
Acresce um outro facto relevante: o de que, desta vez, escolhe a Câmara de Lisboa para “nunca” – o “nunca que sempre proclama nas suas periódicas “provas de vida”: “não tenciono, nem pouco mais ou menos, ser candidato nas autárquicas”. Não sem deixar cair, ainda, que espera que “nas próximas presidenciais [da República] não haja condicionamentos à partida”, que “quem quiser que se apresente, com ou sem primárias” e que “tenho 55 anos e estou cansado de pregar sobre esta matéria [presidenciais] desde os 22”.
Polémicas, conjunturas e circunstâncias à parte, um ponto há em que concordo totalmente com Lopes: “o problema de Portugal, um país com oito séculos de história, é que tira poucas consequências dos erros”…
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