terça-feira, 20 de março de 2012

UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO?

No rescaldo do chamado “Dia do Pai”, algo me faz pensar naqueles pais que são políticos conhecidos e cujos filhos decidem enveredar por uma carreira da mesma natureza (ou integrando, de algum modo, atividades/práticas com visibilidade mediática); situação que corresponde a uma amostra que já é estatisticamente muito significativa!

Porque será que de tal opção resulta invariavelmente que esses descendentes nunca saem “melhores que a encomenda”? Leia-se: porque será que esses jovens acabam por se mostrar como ficando a léguas das capacidades/habilidades reveladas pelos seus progenitores? Haverá no exercício de cargos públicos (ou na presença próxima de câmaras televisivas…) algum tipo de elemento que possa explicar tão estranha “degenerescência genética”? Ou a questão é mesmo só do foro de um explosivo “mix” entre um louvável amor de pai e uma condenável ausência de normas educativas?

Propendo, pessoalmente, para esta última hipótese. E exemplifico com o caso do par formado por aquele que irá previsivelmente ser o futuro Presidente da Câmara do Porto e pelo seu filho deputado, um ex-aluno até excecionalmente brilhante do Curso de Economia da Universidade Católica no Porto. Numa “Caras” de Julho de 2011, Luís Filipe de Menezes Lopes (58 anos) referia-se do seguinte modo a Luís Filipe Valenzuela Tavares Menezes Lopes (31 anos): "No começo ele tinha uma aversão a toda a classe política e aos seus estereótipos. Por isso, a sua opção foi surpreendente para mim, assim como todo o trabalho que tem feito até aqui. Sou realmente o seu maior crítico. Por vezes digo-lhe que se está a moldar demasiado à linguagem e tiques da política. Peço-lhe para ser como era e ter um discurso de gente normal. E ele zanga-se muito comigo! [risos]".

Risos, pois claro. Orgulhosos, naturalmente. Até mesmo vaidosos, com certeza. Mas também tão placidamente pactuantes e condescendentes que nos tendem a reconduzir àqueles manuais pedagógicos que, menos modernistas, ensinavam não haver má criação, arrogância e autoconvencimento que duas boas “lostras”/“lapadas” (expressões à moda do Porto, como se impõe!) não pudessem resolver. A terem sido dadas no tempo certo, bem entendido – porque, passado o tempo, já era… “Inês é morta”!

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