Participação na Conferência “Em Defesa do Interior”, em
Castelo Branco, a convite do PS. Tema da intervenção: Uma nova prioridade política
– o interior, segundo uma argumentação que sintetizei em post de ontem.
Gente sensibilizada para o tema sobretudo na sequência de
sucessivos e segmentados encerramentos de serviços, sem uma visão estratégica
para o território e sobretudo sem perceber que a ruralidade exige serviços de
interesse geral cuja existência não pode estar dependente de critérios de
simples eficiência e racionalidade económica.
Resultado político: compromisso assumido pelo secretário
geral António José Seguro de colocar “o interior” na agenda política, definindo
uma política de avaliação e regularidade anual para o estado das políticas públicas
diretamente relacionadas com estes territórios.
Mas de toda a iniciativa e no meio dos rituais das
iniciativas partidárias que já há algum tempo não frequentava, ficou-me uma metáfora
devastadora deixada por Fernando Paulouro, que tem sabido conservar a herança
do tio António Paulouro no Jornal do Fundão, uma das minhas primeiras leituras de
iniciação à análise política.
A metáfora é a seguinte: Os fantasmas não fazem a barba.
Imagem-história de um barbeiro algures numa aldeia do
território das Beiras que se recusou a prosseguir a sua atividade por ausência
completa de clientes na sequência do prolongado processo de despovoamento. E
apenas com fantasmas não é possível ser-se barbeiro.
O Fernando Paulouro prometeu enviar-me o livro (que não
consegui captar) onde a história é contada, o que agradeço vivamente. Mas só a
metáfora valia a viagem a Castelo Branco.
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