terça-feira, 6 de março de 2012

EFEMÉRIDE

Faz hoje oito anos que Augusto Santos Silva (ASS) publicou, no “Público”, o artigo “Abaixo o país dos cromos!”. Onde referia: “Um só Orlando Gaspar, fazendo e desfazendo alianças ao sabor de nada mais do que os seus humores e ganhos de momento, arrasta para o descrédito as centenas de milhar de activistas partidários, a maioria dos quais sacrifica a família, o lazer e, às vezes, a saúde e a carreira ao serviço da causa pública, tal como a entendem. Por que é que as direcções partidárias têm tanta dificuldade em entender isto?”

Claro que depois “levou que contar”. Numa resposta, a 10 de Março, intitulada “O postal ilustrado” e ostentando classe da mais cristalina. Terminava assim: “Gosto destes postais e do tal do Santos Silva que fala de política, ocupa lugares, fala daquilo que não sabe, mas sabe com certeza a arte de se colocar, também ele à bica para entrar no autocarro sem pagar bilhete. Apesar de tudo prefiro os primeiros postais, porque são do Eça e, portanto, mais genuínos e cultos.”

Quase nada mudou desde que estas “pérolas” foram produzidas, pelo que as “ratazanas” lá foram prosseguindo a sua vocação e trilhando o seu “glorioso” trajeto partidário.

Até que o atual líder do Partido, António José Seguro, avisou em Évora (Comissão Nacional do PS de 5 de Fevereiro de 2012) que um dos pontos a rever no processo de revisão dos estatutos e de modernização do partido respeita às regras de adesão de militantes, explicando que “não é tolerável que não existam processos claros de adesão” e querer repudiar “os sindicatos de voto e o caciquismo”. Terá mesmo referido que “em vez dos habituais T2 ou T3, passou a conhecer uma nova tipologia, com T8 ou mesmo T15” - ver, para melhor elucidação, o texto publicado por Carla Soares no “Jornal de Notícias” de 20/2 (“Inscrições no PS chegam às dezenas por cada morada”).

Ora, e como – insisto! – perguntar não ofende, pergunto então: porque será que ASS, alto responsável que foi no PS dos últimos anos, nunca se dedicou a responder à pergunta por si próprio formulada? Ou, de outro modo, porque só foi possível começar-se agora, esforçadamente, a esboçar um início de resposta à dita pergunta?

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