Prolifera a ritmo algo vertiginoso a
criação de grupos de trabalho para pensar as prioridades e os rumos da governação.
O que é no menos insólito ou anuncia um
novo modelo de governação. Não será difícil encontrar incoerências entre o
racional destas decisões e posições públicas de alguns dos ministérios ou
secretarias de estado envolvidas nessa composição de grupos. Também pode ser
desconfiança face ao poder efetivo de pensamento estratégico de algumas das
novas entidades criadas para fundir, fazer desaparecer ou simplesmente para
baralhar e dar de novo. A descapitalização de conhecimento de algumas dessas
novas entidades ou agências é por demais evidente e por isso levará a tempo a
preparar decisões. Também pode ser vigilância política no interior da maioria.
Mas o que ressalta sobretudo é a subalternização de entidades que já foram
prestigiadas. Caso das CCDR, por exemplo, com o grupo de trabalho dos
equipamentos e serviços associados, no qual Marques Mendes viu (mas que boa
vontade) uma grande revolução. Mas também subalternização de instrumentos de
planeamento que estão na lei como os Planos Regionais de Ordenamento do Território
e que parecem votados a um abandono fatal para a energia aí dispendida.
No fim de contas uma especificidade a
ter em conta no futuro e exigindo amplo escrutínio: no futuro, quando se
avaliar a governação esse escrutínio deve estender-se aos “produtos” dos grupos
de trabalho e ao modo como colidiram ou facilitaram a governação. A ter em
conta.
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