sexta-feira, 23 de março de 2012

A VIROSE DOS GRUPOS DE TRABALHO



Prolifera a ritmo algo vertiginoso a criação de grupos de trabalho para pensar as prioridades e os rumos da governação.
O que é no menos insólito ou anuncia um novo modelo de governação. Não será difícil encontrar incoerências entre o racional destas decisões e posições públicas de alguns dos ministérios ou secretarias de estado envolvidas nessa composição de grupos. Também pode ser desconfiança face ao poder efetivo de pensamento estratégico de algumas das novas entidades criadas para fundir, fazer desaparecer ou simplesmente para baralhar e dar de novo. A descapitalização de conhecimento de algumas dessas novas entidades ou agências é por demais evidente e por isso levará a tempo a preparar decisões. Também pode ser vigilância política no interior da maioria. Mas o que ressalta sobretudo é a subalternização de entidades que já foram prestigiadas. Caso das CCDR, por exemplo, com o grupo de trabalho dos equipamentos e serviços associados, no qual Marques Mendes viu (mas que boa vontade) uma grande revolução. Mas também subalternização de instrumentos de planeamento que estão na lei como os Planos Regionais de Ordenamento do Território e que parecem votados a um abandono fatal para a energia aí dispendida.
No fim de contas uma especificidade a ter em conta no futuro e exigindo amplo escrutínio: no futuro, quando se avaliar a governação esse escrutínio deve estender-se aos “produtos” dos grupos de trabalho e ao modo como colidiram ou facilitaram a governação. A ter em conta.

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