terça-feira, 13 de março de 2012

PORTUGAL VISTO PELO OLHAR DE EDWARD HUGH



Edward Hugh é um macroeconomista particularmente ativo na blogosfera e nas redes sociais, cuja notoriedade aumentou consideravelmente após integrar o corpo dos blogues acolhidos pelo ECONOMONITOR de Nouriel Roubini, com a sua coluna “Don’t Shoot the Messenger”. É particularmente imaginativo como trabalha informação empírica relevante e discute temas estruturais, ou não seja ele especializado em domínios como o crescimento económico e a produtividade. Está implantado em Barcelona e daí irradia para o mundo.
Há poucos dias, a atenção de Edward Hugh deteve-se sobre a economia portuguesa, sobretudo na reação dos mercados aos títulos da dívida portuguesa a 10 anos na sequência da mais recente operação do BCE de financiamento da banca europeia a três anos. Hugh observa com minúcia esse comportamento dos mercados e regista o aumento das taxas dos títulos da dívida portuguesa com essa maturidade após essa operação, em manifesta contradição seja com os objetivos da operação, seja com o comportamento das taxas de economias como a Espanha e a Itália. Um mau presságio e compreende-se o discurso inflexível do governo português em contrariar as previsões de um segundo resgate financeiro da economia portuguesa.
No artigo de Hugh que está na base desta reflexão merecem destaque alguns gráficos que têm merecido alguma divulgação na imprensa especializada que pelo seu caráter sugestivo tenderão a modelar a opinião pública que se revê neste tipo de informação económica.
O primeiro gráfico diz respeito às grandes datas de amortização de dívida pública portuguesa entre Fevereiro de 2012 e Dezembro de 2014, datas cruciais para avaliar as possibilidades de regresso aos mercados por parte de Portugal.
 
O segundo gráfico é na secura da imagem aterrador. Descreve os ritmos de crescimento económico português nos últimos 20 anos, com a particularidade de utilizar médias móveis a 10 anos.
 
Só uma explicação consistente das mudanças estruturais que estarão subjacentes ao crescimento anémico e em regressão poderá contrariar a imagem que circulará em torno deste gráfico.
O último gráfico que destaco é o que descreve a desalavancagem do setor privado em termos de crédito, através das taxas de variação anual do crédito acedido, por mês homólogo.
É em torno deste tipo de imagens que se vai fazendo a opinião especializada em torno da economia portuguesa resgatada.

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