quinta-feira, 15 de março de 2012

LAÇOS DE TERNURA

Sim, eu sei… não há democracia sem partidos, etc. etc. etc.… Mas o que são afinal os ditos? O sal da democracia? Uma expressão de cidadania? Um mal necessário? Uma mera variante do absolutismo? Ou, muito mais prosaicamente, alguma coisa a meio pau entre centros de negócios e agências de empregos?

Veio-me este conjunto desestruturado de hipóteses da leitura da página 28 do JN de hoje, onde o líder do PSD/Porto, Virgílio Macedo, “acusa o Governo de usar crise para centralizar mais”. E anuncia uma moção da Distrital ao Congresso de final do mês: “Coesão territorial – um imperativo nacional para um país mais justo e sustentável”. Mas o parágrafo inquestionavelmente mais cristalino é aquele em que se refere: “’Não vejo com bons olhos o processo de encerramento das direções regionais da economia, cultura e educação no fim do ano’, criticou, prevendo o mesmo para o Instituto Nacional de Habitação.” Gosto particularmente da forma fervorosa de manifestar discordância: “não vejo com bons olhos”!

A situação repete-se ano após ano, década após década. Invariavelmente. Com especial incidência nos congressos distritais ou nacionais dos três partidos do arco governativo e em declarações avulsas à comunicação social por parte dos seus responsáveis locais. Sendo que, no caso portuense, a ideia de regionalização lá está sempre a marcar uma condigna presença, sempre pronta a cumprir a vocação a que parece condenada de embelezar as respetivas moções ou de adornar inflamados discursos de boca cheia.

Há quem lhe chame circunstâncias. Outros diriam dependências…

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