(aventar.eu)
Com publicidade paga de alguma
notoriedade, a Universidade Técnica de Lisboa e o Instituto Superior de Economia
e Gestão anunciam o doutoramento Honoris Causa de Eric Maskin, Nobel da
Economia em 2007 e Eduardo Catroga.
Como é óbvio cada universidade e cada
escola têm os seus critérios de visibilidade, qualidade ou simplesmente das
dimensões afetivas a retribuir, mas isto de agraciar em simultâneo as duas
personalidades não lembraria ao careca. O comentário que emerge naturalmente é
o da banalização dessa cerimónia. Imagino que Eduardo Catroga possa ter sido um
professor dedicado e até com grande popularidade no Quelhas. Mas é necessária
alguma imaginação para situar as razões da decisão, estando em pulgas para conhecer
o futuro discurso de apresentação e homenagem ao candidato. Será um prémio ao
politicamente incorreto? Será a retribuição de uma oralidade capaz de defender
algo e o seu contrário, vide por exemplo a sua posição amplamente comentada na
imprensa semanal sobre as famigeradas rendas EDP? Será um prémio diferido no
tempo sobre uma das cenas mais divulgadas das famosas negociações PS-PSD ainda
no pré Troika, com a sombra que fica sempre bem da Lapa? Se fosse Dragão dos
mais acirrados diria talvez que o homem ganhará o seu Honoris Causa pela
diatribe como Ministro das Finanças, implacável para com os devedores fiscais,
que terá promovido lá para as Antas com o célebre processo da penhora fiscal
(dispenso-me de referir qual o objeto da mesma) que ficará nos anais da violência
do discurso Porto versus Lisboa.
Perdoem-me uma última metáfora. Se o
Honoris Causa fosse um título com valor de mercado, os seus detentores estariam
agora a suportar uma quebra significativa do seu nível de riqueza associado ao valor
desses títulos.
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