quarta-feira, 21 de março de 2012

NOTÍCIAS DO BRASIL

Está há duas décadas ao rubro a disputa política, partidária e pessoal com que a “Divina Providência” acabou por abençoar o “país irmão”. No centro da mesma lá permanecem, direta ou indiretamente, os dois personagens que mais contribuíram para mudar a face do “gigante longamente adormecido” (Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva, vulgo FHC e Lula) e os respetivos partidos (PSDB e PT).

As próximas eleições municipais (Outubro) parecem envolver um momento decisivo para o devir daquela disputa, sendo sobretudo determinante o que possa ocorrer na grande metrópole de São Paulo. E volta aqui a falar-se do papel de um homem que nunca deixou de estar em cena em todos estes anos: o economista José Serra (acima caricaturado para a “Veja” por Baptistão em
http://baptistao.zip.net), intelectual e académico prestigiado, amigo próximo de FHC, seu ministro do Planeamento e Orçamento primeiro e da Saúde depois, ex-deputado, ex-senador, ex-prefeito de São Paulo, ex-governador do Estado e por duas vezes ex-candidato presidencial (derrotado por Lula em 2002 e por Dilma em 2010). Que o “enjeu” é de monta e que o serviço é relevante provam-no a sua recente disponibilização para aquela candidatura a São Paulo (atualmente dirigida há seis anos pelo prefeito Gilberto Kassab, a figura que lançou o novel PSD na cena brasileira).

Ninguém duvida da boa-fé e do espírito de missão de Serra. Consciente do lugar nuclear de São Paulo enquanto “principal praça de resistência dos tucanos” e do modo como o PT aí pretende descarregar todos os trunfos de que possa lançar mão para consolidar a hegemonia que procura – incluindo, diz-se, um apoio de Kassab ao candidato patrocinado por Lula, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad –, Serra terá assim anuído à exigência da cúpula do PSDB de que não renunciará ao seu eventual mandato na prefeitura (como fez em 2006 para concorrer a governador) e abandonado qualquer ambição que alimentasse de uma terceira corrida presidencial (2014).

É esta precisamente a incógnita que os “mentideiros” exploram. Serra vai a São Paulo porque tal é estratégico/vital para o PSDB ou Serra é empurrado para São Paulo para deixar o espaço definitivamente aberto a Aécio Neves (neto do lendário Presidente Tancredo e ex-governador de Minas Gerais) como futuro candidato à Presidência da República pelo PSDB (contra Dilma ou contra Lula?), eis o essencial do que se polemiza. Embora possa não parecer, a resposta não é de todo indiferente no terreno das opções táticas e o tema prenuncia escaldantes próximos capítulos...

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