Daniel Deusdado termina hoje o seu habitual artigo das quintas-feiras no JN (“Os Pritzker-Krugman”, http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Daniel Deusdado) da seguinte forma: “O país paga os Pritzkers... e o Krugman. Quem não gosta de ler o Prémio Nobel de Economia a anunciar, do outro lado do Atlântico, semanalmente, que se a Europa continuar por esta via de austeridade, o euro acaba? Nós, os que sofremos a austeridade e não gostamos dela, estamos com o Krugman... Mas há um problema: para quem fala o Krugman? Com a sua vinda a Portugal desfiz as minhas dúvidas: o Nobel fala para os europeus (alemães) e não para europeus (portugueses). A receita de 'menos austeridade' não se aplica cá. Ele até sugeriu um corte nos salários de 20% e achou o país difícil de explicar. Que terramoto! Peço então um favor a todos os que gostam de ler o Krugman: não tirem conclusões em Português. Leiam-no apenas em Alemão.”
A questão está bem vista e é pertinente. Merecerá certamente tratamento e elaboração em espaços como este, desejavelmente vocacionados para uma acção pública alternativa sólida e fundamentada. Porque suspeito fortemente que o “xis” não estará tanto na língua de leitura – eu até prefiro ler Krugman em inglês! – mas bastante mais, e já para não remeter a resposta para uma abstracta e talvez evitável dimensão última (tipo “género humano”), no facto de a Teoria Económica se ter vindo, de há largo tempo, a deixar capturar por uma tal pseudocientificidade rigorosa e objectiva que nem os académicos mais preparados e menos ortodoxos lhe conseguem escapar/resistir…
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